Professor da UCPel lança livro que resgata a história do movimento estudantil gaúcho
Renato Della Vechia apresenta a publicação com mesa de debate no dia 6 de setembro, às 19h, no Instituto Mário Alves (IMA)
O novo livro do professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Renato Della Vechia (foto), resgata o papel do movimento estudantil gaúcho durante a redemocratização do Brasil no período de 1977 – 1985. O lançamento da publicação, que conta com co-edição do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (CLACSO), ocorre na próxima quarta-feira (6), às 19h, na sede do Instituto Mário Alves (IMA).
Para contribuir com o debate, uma mesa formada pelos professores Della Vechia, Álvaro Hypólito (FAE/UFPel) e pela fotógrafa Duca Lessa precede o lançamento. A publicação nasce a partir da elaboração da tese de Della Vechia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Entretanto, traz novos apontamentos que buscam dar luz à importância do movimento, tanto ao se somar às lutas mais gerais (anistia, democratização das universidades, etc), como na constituição de uma consciência política que teve contribuição à reorganização dos sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos.
Conforme explica o docente da UCPel, uma característica forte do período foi a organização dos estudantes em agrupamentos denominados de Tendências Estudantis (que contavam com diversidade de orientações políticas). “Isso contribuiu também para que o processo de disputa e organização das entidades ocorresse de forma organizada, disciplinada e com planejamento, havia um movimento bastante enraizado”, complementa.
Della Vechia relembra que na eleição para a primeira diretoria da União Estadual dos Estudantes (UEE), em 1981, mais de 35 mil estudantes votaram em alguma chapa. Na segunda, em 1982, mais de 37 mil estudantes votaram. “Isso concentrado nas 10 universidades que existiam na época: UCPel, UFPel, UNISINOS, PUC, UFRGS, UFSM, UCS, UPF, FURG e FUNBA de Bagé. Naquele contexto, todas estas universidades não deveriam ultrapassar muito o número de 100 mil estudantes”, explica.
O livro também resgata as votações de eleições para Diretório Central dos Estudantes (DCEs), bem como nome de pessoas que assumiram as presidências de DCEs naquele período; listas de nomes que concorreram em alguma chapa para as diretorias da União Estadual dos Estudantes e para a União Nacional dos Estudantes.
Particularidades do Movimento Estudantil Universitário Gaúcho
Uma das características do movimento estudantil gaúcho destacada pelo livro foi o fato do Rio Grande do Sul ser o único estado brasileiro em que o Diretório Estadual de Estudantes (DEE), órgão criado pelos governos militares para controlar as entidades estudantis, tinha uma atuação efetiva e com apoio de recursos públicos.
Na avaliação do docente da UCPel, isso fez com que o processo de reorganização das entidades se tornasse mais polarizado, pois não era apenas reconstruir entidades que estavam fechadas, mas sim disputar espaço com o grupo organizado em torno do DEE.
O primeiro capítulo da publicação destaca os partidos, tendências e movimentos sociais; o capítulo dois uma breve retrospectiva das lutas estudantis no Brasil; o três, a retomada das lutas estudantis; o quatro, o movimento estudantil gaúcho e, o cinco, a trajetória dos principais DCE’s do RS.
Acesso à publicação
O livro, da editora Lutas Anticapital, conta com co-edição do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (CLACSO), ao qual o Programa de Pós Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH/UCPel), que Della Vechia é docente, está vinculado. Interessados em adquirir a publicação podem comprar diretamente no IMA após o lançamento (rua Alberto Rosa, 164), ou pelo site da Lutas Anticapital.
Gratuitamente, poderá ser acessado na Biblioteca da CLACSO.