Projeto de empregabilidade do MPT oferece formação doceira à população transgênero e travesti de Pelotas
Curso é oferecido a 20 alunas e alunos trans e travestis, que terão certificação para preparo de doces para eventos
Desde a segunda-feira (2/9), o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pelotas, município reconhecido nacionalmente como a capital do doce, iniciou as atividades da capacitação doceira voltada exclusivamente à empregabilidade da população trans e travesti. O curso, denominado “Doceria e Emancipação”, conta com a participação de 20 alunas e alunos selecionados a partir de critérios de gênero, raça e vulnerabilidade socioeconômica.
A iniciativa é fruto da reversão de indenizações coletivas em procedimentos de responsabilidade dos procuradores do MPT em Pelotas Lucas Santos Fernandes e Cristina Gerhardt Benedetti, sob coordenação da servidora Mical Aléxia Abrantes Moraes. O projeto busca promover igualdade de oportunidades para a população LGBTQIA+, frequentemente exposta a riscos associados a formas perigosas de trabalho e contextos de discriminação social.
O procurador do Trabalho Lucas Santos Fernandes enfatizou a necessidade de que pessoas transexuais e travestis ocupem diferentes espaços na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho formal, enfatizando o papel do Ministério Público do Trabalho enquanto uma instituição aliada à concretização dos direitos humanos das trabalhadoras e trabalhadores.
A prefeita de Pelotas Paula Shild Mascarenhas destacou que a iniciativa servirá para fornecer ferramentas para que pessoas transexuais e travestis se sintam acolhidas na sociedade, valorizando a tradição doceira de Pelotas pela via da emancipação.
A realização do curso é fruto de uma colaboração com a OTROPORTO Indústria Criativa, responsável pela organização do projeto e pela seleção dos candidatos e candidatas; do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac -RS), que oferece a capacitação técnica e a certificação; do Centro de Convívio dos Jovens do Mar (CCMar) da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), que ofereceu apoio pedagógico e de organização; e do coletivo de artistas locais Transpoéticas, que oferecerá oficinas de inteligência emocional para a preparação profissional.