Diário da Manhã

A capela que tem origem no século XIX é um importante patrimônio artístico e cultural gaúcho e começa o seu processo de restauração através deste projeto

O primeiro passo para a restauração da histórica Capela de Santa Isabel, localizada no 3º distrito de Arroio Grande, é a elaboração do projeto arquitetônico completo, que já está em curso. A boa notícia foi anunciada pela arquiteta Simone Neutzling, da Perene Patrimônio Cultural. De acordo com a arquiteta, a iniciativa abrange ainda o plano de requalificação da Praça da Aliança, lugar simbólico de encontro e memórias dos moradores locais. Tombada em nível municipal, desde 2011, este importante patrimônio foi construído no século XIX e tem um importante papel social e histórico da memória gaúcha e na comunidade pesqueira localizada às margens do canal São Gonçalo.

A proposta foi contemplada pelo Edital 31/24 da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), no segmento Memória e Patrimônio, promovido pela Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul e apresentada na última semana em evento organizado pelo pároco Michel Schellin Canez, em Arroio Grande. “Essa etapa essencial, não apenas viabiliza a execução da obra, mas também permite, após a aprovação pelos órgãos de preservação, a captação de recursos via leis de incentivo à cultura”, destaca a arquiteta.

Para consolidação do projeto da praça acontecerá um processo de escuta coletiva, com rodas de conversa conduzidas pela antropóloga Liza Bilhalva. “Serão cinco encontros e como a comunidade é formada pela diversidade, uma das premissas básicas é a inclusão”, observa. A primeira delas acontecerá no dia 18 de junho, às 9h30, na comunidade de Santa Isabel. Para o padre Michel, essa conexão será fundamental já que permitirá que as pessoas contribuam com os seus saberes populares. O projeto tem duração de doze meses e teve início em março, com visita técnica e serviços preliminares.

Pesquisa histórica

Qual a história e a importância cultural desta capela? Esta é a pergunta inicial conduzida pela doutora em História, Olívia Nery, responsável por conduzir a pesquisa histórica do projeto. “Esse material nos dá suporte para todas as etapas do trabalho desenvolvido pelas equipes multidisciplinares, auxiliando nas tomadas de decisões – seja para alguma intervenção, em relação à educação patrimonial ou mesmo a título de informações para a comunicação”, explica. Com o apoio da historiadora Luiza Rolim, já estão em curso as oitivas com a comunidade. “O objetivo é centralizar a investigação na compreensão desse patrimônio e a importância desse bem arquitetônico para o seu entorno”, detalha Olívia. A coleta do material iconográfico já começou, com importantes colaborações. A partir de fotos e memórias se consolida a riqueza de uma linha do tempo, que vai se moldando ao longo do trabalho. Para acompanhar o andamento do projeto pode ser acessado o perfil @restauracaosantaisabel no Instagram.

Fotos: Lucian Brum/Satolep Press