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segunda, 25 de novembro de 2024

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Retirada do útero não é consenso no tratamento para endometriose

Retirada do útero não é consenso no tratamento para endometriose
06 março
15:45 2018

Sugerida para amenizar sintomas da doença, a histerectomia não é indicada na maioria dos casos

Afetando uma em cada dez mulheres no mundo, a endometriose ainda é uma doença enigmática – tanto em relação à origem como ao tratamento. Nas últimas semanas, notícias de que atrizes americanas optaram pela histerectomia (retirada do útero) para diminuir os sintomas da doença borbulharam nas redes sociais, causando dúvidas em pacientes que sofrem com a enfermidade.

Segundo Rafaella Petracco, ginecologista do Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva, a endometriose não surge da mesma forma em diferentes pacientes, sendo necessário oferecer tratamentos individualizados. Ainda não há cura para o problema, mas há formas de se minimizar os sintomas.

Pacientes que sofrem de endometriose costumam apresentar dor crônica, menstruações mais fortes do que o normal, dor nas relações sexuais e até infertilidade. A doença é causada por um crescimento anormal do endométrio, membrana que reveste a parede do útero.

Entre as teorias que explicam o surgimento do distúrbio, Rafaella aponta que a mais aceita é a do fluxo retrógrado da menstruação – que flui pelas trompas e leva células endometriais para diferentes órgãos abdominais, gerando lesões. No entanto, outras hipóteses são estudadas, com relato de lesões de endometriose em órgãos não abdominais e até mesmo em homens.

“Se essas teorias alternativas têm fundamento, e estudos dizem que sim, a simples retirada do útero pode não ser a solução do problema. Pelo contrário: a ausência do órgão poderia até mesmo aumentar o surgimento de aderências e do processo inflamatório, agravando a dor que as pacientes tanto se queixam”, explica a ginecologista.

O tratamento individualizado, portanto, é o mais adequado para se ter um diagnóstico preciso. “Deve haver uma solução personalizada para cada paciente, e a histerectomia, em alguns casos, pode ter indicação. No entanto, como rotina, pensando principalmente na melhora da dor pélvica, esse não parece ser o tratamento mais eficaz para a doença”, conclui Rafaella.

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