Diário da Manhã

quinta, 16 de maio de 2024

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SCFV da Castilhos trabalha para fortalecer vínculos sociais

17 julho
15:51 2014

Condição básica para trabalhar num Centro de Referência em Assistência Social (Cras) é não estar disposto a se acomodar. Não basta esperar que a comunidade procure o serviço, ele precisa ir até onde a população está, até aquele que nem sabe que tem algum direito. É difícil encontrar os assistentes sociais ou psicólogos dentro dos Centros, na maior parte do tempo eles estão fazendo visitas domiciliares ou nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Um trabalho dinâmico em uma realidade dinâmica.

No turno inverso ao da escola as atividades lúdicas ajudam a recriar o mundo dos envolvidos Foto: Rafa Marin

No turno inverso ao da escola as atividades lúdicas ajudam a recriar o mundo dos envolvidos
Foto: Rafa Marin

O SCFV da Vila Castilhos, ligado ao Cras Centro atende a crianças e adolescentes com idades entre 6 e 15 anos. A prioridade é para as crianças que saíram da situação de trabalho infantil, que recebem Bolsa Família, Benefício de Prestação continuada da Assistência Social (BPC), ou alguma outra situação de extrema vulnerabilidade social.

As famílias da comunidade recebem apoio no encaminhamento dos direitos como documentação, aos programas de distribuição de renda, e serviços. A assistente social Carim Dummer explica que muitas das crianças que hoje frequentam o Serviço foram conhecidas no momento em que os técnicos trabalhavam com os pais. Hoje elas têm o SCFV como referência. No turno inverso da escola elas têm alimentação, atividades lúdicas como aula de dança e expressão corporal, assistem a filmes, teatro, conversam, fazem passeios, brincam, pintam, têm acompanhamento técnico da equipe – psicóloga, assistente social e educadores sociais – e fazem o tema da escola. O tempo médio de permanência é de quatro horas diárias. De duas a cinco vezes por semana. A frequência e o tempo de permanência de cada uma das crianças é avaliado pela equipe. E varia de acordo com a vulnerabilidade a que a criança está exposta – se os pais não têm com quem deixar quando vão trabalhar, se já foi submetido a trabalho infantil ou a qualquer forma de violência.

O serviço busca despertar a consciência crítica dos pequenos, e ao pensarem juntos inventam e constroem uma nova realidade a partir da provocação sobre o bairro que querem e como transformá-lo.

A psicóloga Roberta Cunha diz que existe um olhar psicossocial dos profissionais quando procuram as famílias. Fortalecer os vínculos familiares e sociais, e com isso diminuir a vulnerabilidade social é o trabalho permanente da equipe. “A partir do momento em que as pessoas conhecem seus direitos, passam a se reconhecer como cidadãos. A gente vem para mexer com isso, para que as pessoas não se conformem com a violência, com a realidade que lhes foi oferecida, mas para que queiram mudar isso”, afirmou Roberta, que reconhece que os resultados não são rápidos, que é um trabalho de médio a longo prazo, mas que vale à pena ser feito. Assim, ao mesmo tempo em que a equipe trabalha para resolver os problemas mais concretos, como a falta de documentos ou de renda para as necessidades básicas, também apresenta novas possibilidades para as crianças e adolescentes – futuros pais – da comunidade.

O Serviço precisa da doação de jogos educativos novos ou em bom estado, para serem usados especialmente em dias de chuva. As doações podem ser feitas no SCFV (rua Doutor Amarante, 1.155), ou no Cras Centro (rua Santa Cruz, 2.252, esquina Voluntários da Pátria).

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