Seminário debate perspectivas para o Mercado Imobiliário no RS
As perspectivas para o Mercado Imobiliário no Rio Grande do Sul foram debatidas em um seminário virtual, realizado na manhã desta quarta-feira
O evento promovido Sinduscon-RS e Brain Inteligência Estratégica, convidou especialistas, empresários e profissionais atuantes no ramo imobiliário para discutir e avaliar temas relevantes para o segmento da construção civil e mercado de imóveis.
Participaram da conversa Fábio Tadeu – CEO, Brain Inteligência Estratégica, Cláudio Teitelbaum – Presidente Sinduscon-RS, Rafael Garcia, Vice-Presidente do Sinduscon-RS, Renan Martinello, Vice-Presidente Sinduscon-RS Litoral Norte, Maria Inês, Presidente do Sinduscon Caxias, Cristiano Basso, Presidente do Sinduscon Passo Fundo e Rafael Nascimento, sócio fundador da PORTO5.
A tomada de empréstimos no setor de imóveis manteve-se estável entre as pessoas físicas, mas cresceu mais de 20% entre as pessoas jurídicas, sinalizando que as construtoras estão captando recursos para movimentar o mercado com novos lançamentos.
“Pelotas esteve esquecida no setor imobiliário nos últimos 12 anos e a PORTO5 entrou no mercado e movimentou o setor. Aproveitamos esse momento e a velocidade de lançamentos foi muito alta entre 2021 a 2023. Agora é preciso um pouco mais de prudência, seguramos esse ritmo, para entender como será o comportamento do setor”, explicou Rafael Nascimento. O diretor da construtora de Pelotas disse que a empresa segue expandido e deve acelerar as operações de lançamentos neste segundo semestre.
O fenômeno climático que atingiu o Rio Grande do Sul, afetou diretamente o setor da construção civil. A expectativa para o segundo semestre, porém, é de reversão da tendência negativa experimentada no primeiro semestre do ano. Em Caxias do Sul, a queda chegou a -56,9% no acumulado. Em Pelotas, ao contrário, os lançamentos mesmo no primeiro semestre de 2024, tiveram aumento acumulado de 18,5%.
O Sinduscon-RS reconheceu e comemorou o resultado na região de Pelotas. “São regiões que entenderam o movimento do mercado e as empresas estão engajadas no desenvolvimento do setor”, disse Cláudio Teitelbaum.
As peculiaridades do mercado em cada região foram apresentadas. Em Passo Fundo, os feirões de imóveis funcionam bastante para impulsionar as vendas. Já nas demais regiões, essa estratégia não é tão eficiente. “Temos 98 prédio sendo construído atualmente em Passo Fundo”, disse Cristiano Basso.
Em Caxias do Sul, segundo Maria Inês, não há nenhum prédio do programa “Minha Casa Minha Vida” em aprovação na Secretaria de Habitação, um ponto que deve ser avaliado pelo mercado.
Cláudio Teitelbaum, do Sinduscon-RS disse que há uma grande união entre as incorporadoras presentes em Porto Alegre, com conversas sobre prós e contras do mercado, gerando uma potencialidade nos negócios.
Rafael Nascimento, da PORTO5, lembrou ainda a parceria com as imobiliárias, salientando que este é um dos grandes vetores da força do mercado imobiliário na região. “O corretor está lá na ponta, fala com o cliente todos os dias, a aproximação é muito importante. Em Pelotas esse é um dos grandes segredos, essa nutrição de todo o ‘ecossistema’ do mercado imobiliário, entendendo o que é que vende, o que é que o mercado está querendo de produto”, comentou Nascimento.
O empresário pelotense falou sobre o futuro da operação da construtora PORTO5, salientando que há uma tendência global pela industrialização e profissionalização dos processos construtivos. “Os grandes desafios do setor são esses, a mão de obra ela não vai reduzir nos próximos anos, ela vai desaparecer, não vemos realmente novos interessados na construção, e vamos ter que industrializar os processos”, explicou Nascimento. “O grande segredo é estar sempre acertando a mão em relação ao produto e público-alvo que vamos atingir, o mercado muda constantemente e precisamos estar sempre nos atualizando”, pontuou.
Ao final do evento, o Sinduscon-RS avaliou que as perspectivas para o mercado imobiliário são promissoras, entendendo o momento vivido recentemente, com retração motivada pela catástrofe climática que atingiu o estado e acreditando que o setor conseguiu suportar a pior fase. O aquecimento do mercado imobiliário é aguardado por diversos setores da economia, direta e indiretamente envolvidos, com geração de empregos, renda, impostos e novas oportunidades. “O ciclo é de desafios mas vemos um novo ciclo de aquecimento do setor”, finalizou Teitelbaum.