Diário da Manhã

Nesta segunda às 19h, Sete ao Entardecer com o uruguaio Lybe Bermudez

Por Carlos Cogoy

Murga, chacarera, huayno, son, guajira e candombe. Sonoridades que serão apresentadas no Sete ao Entardecer desta segunda no pátio 1 do Mercado Público. A partir das 19h, uruguaio Lyber Bermudez – radicado em Pelotas há quase vinte anos -, estará interpretando o repertório do segundo disco “Candombe para vos”. Boa oportunidade para conhecer o trabalho do disco que ainda não foi lançado. O show anterior de Lyber no Sete ao Entardecer ocorreu em 2009. Ele recorda que a apresentação aconteceu no Theatro Sete de Abril, um pouco antes do fechamento para obras. O Sete ao Entardecer da Secult tem entrada franca.

SHOW terá duração de cinquenta minutos. Lyber menciona: “No repertório, tocaremos algumas canções minhas como ‘Candombe para vos’,  ‘Necesito de tu sol’ e  ‘Milongón de la calle’, que estarão no próximo disco e também algumas músicas  de compositores importantes como: ‘Hayer te vi’ de Ruben Rada, ‘Yo no pido’ de Diego Kuropatwa, ‘Son de la Loma’ de Miguel Matamoros”.

ANDANÇAS – Na trajetória, Lyber participou do grupo “Horizonte”. Ele ingressou ao final da década de oitenta, e a proposta era a pesquisa da música latino-americana. Como diferencial, o grupo tocava com instrumentos artesanais, e houve viagens para Cuba, Argentina, México, bem como apresentações no Brasil. Em 1998, show na Fenadoce em Pelotas. À época, Lyber conheceu a jornalista pelotense Mara Braga. A amizade gerou união, e o músico ficou residindo em Pelotas. Em 2006, lançou o primeiro disco “Latinamente”. Ainda restam poucas unidades da segunda edição. De acordo com Lyber, o repertório está disponibilizado na internet.

                ESPETÁCULO musical tem percorrido diferentes palcos. Lyber cita apresentações em edições da Feira do Livro de Pelotas, bem como de Rio Grande e Jaguarão, também a Fenadoce, Festa do Mar, Pelotas Jazz festival, Música na Baronesa, Projeto Verão Pelotas, Virada Cultural. Entre os festivais nativistas destaca: Cirio de Pelotas; Reponte da Canção de São Lourenço; Musicanto de Santa Rosa; Terra & Cor de Pedro Osório; Canto Missioneiro de Santo Ângelo; Grito do Nativismo de Jaguari; Canto dos Cardeais de Canguçu;  Festival do Cooperativismo em Gramado, Anta Gorda e Palmares do Sul; Coxilha Negra de Butiá; Canto de São Jerônimo, Moenda da Canção de Santo Antonio da Patrulha, Califórnia da Canção em Uruguaiana;  Coxilha Nativista de Cruz Alta; Jerra de Santa Vitória do Palmar; Levante da Canção de Capão do Leão; Martin Fierro de Livramento; Festival Cante uma Canção em Vacaria. No Uruguai, que visita regularmente, exemplifica com as “Criollas del Prado” em Montevidéu.

PELOTAS – Intérprete, arranjador, instrumentista e compositor, Lyber observa sobre a cultura local: “A cena musical em Pelotas é uma das mais importantes do Estado, já que a cidade respira cultura e forma músicos em decorrência do seu contexto histórico e cultural, especialmente por posssuir formação universitária na área. Acredito que as políticas públicas que priorizam os processos de seleção por editais, como é o caso das recentes gestões, tornaram as escolhas para ocupação dos espaços e projetos, mais justas e democráticas, possibilitando acessos a artistas que não tiveram oportunidades em outras ocasiões”.

ARTES VISUAIS – Lyber está cursando o sétimo semestre da licenciatura em artes visuais na UFPel. Ele conta que, desde a infância, tem interesse por desenho e pintura. Entre os projetos, unir artes plásticas e música. Numa parceria com Gilberto Isquierdo – também músico e artista visual -, releituras de composições, que serão retratadas em telas ou gravuras. Considerando o Brasil, um país fechado a culturas de países vizinhos, Lyber avalia: “Temos as mesmas raízes históricas, dificuldades semelhantes, lutas parecidas. Manter minha proposta de valorização de temas e ritmos que pertencem à cultura da América Latina, tem sido uma missão árdua, incansável, gratificante e fundamental”.

LYBER Bermudez será acompanhado pelos músicos Nuno Moura (violão e voz), Fabrício “Pardal” Moura (contrabaixo e bandolim), Clarissa Garcia (voz), Otávio Dellevedove (teclado), e Renato Popó (bateria). Como convidados: percussionista uruguaio Rodrigo Porciuncula e Daqui Batuka (tambor repique)
Foto: Mara Braga