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sexta, 03 de maio de 2024

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SETE AO ENTARDECER: Poesia do Loteamento Dunas no palco

SETE AO ENTARDECER: Poesia do Loteamento Dunas no palco
06 junho
10:37 2015

Segunda às 18h30min na Fábrica Cultural – rua Félix da Cunha 952 -, espaço ao Hip Hop no Sete ao Entardecer. No palco, rapper “Mano Rick” que estará apresentando repertório próprio com doze músicas. Morador do Loteamento Dunas, Luis Henrique Barcelos Duarte (18 anos), estudante de geografia na UFPel, estará interpretando faixas do EP “Fatos e Fatos” lançado ano passado, bem como composições recentes. Autor de algumas das “bases”, “Mano Rick” está montando estúdio de gravação. Em casa ele já gravou a faixa “Sentimento legítimo” – participação de Davi, um dos talentos do Rap pelotense e também residente no Dunas. O show de segunda será gravado pela equipe da Ong AMIZ, e as imagens poderão ser a base para o primeiro DVD do jovem talento poético. ENTRADA FRANCA.

VERSOS de “Trocando a ideia até mais tarde”: Se for chegar com respeito/ pode ficar até mais tarde/ Rap na atividade/ e o som invade/ Vim lá da comunidade/ pela verdade/ e é de lá que a minha rima nasce. Da letra de “Ponto de vista”: É preciso ter perspectiva da vida/ Planos, expectativa/ Mesmo realista, lutar/ Otimista é fundamental/ Aqui do meu ponto de vista. Do Rap “Progresso”, ele divulga o trecho: Não me limito aos canos e as bocas/ sei o que eles querem/ Por isso também não durmo de touca/ Danem-se seus preconceitos/ Com falsos porquês/ Ver um negro vencer/ parece estranho, por quê?.

DUNAS – Rick planeja participar do Procultura neste ano. Ele salienta que, assim como foi selecionado para o “Sete ao Entardecer”, também está atento a novas oportunidades. No entanto, observa que muitos artistas da periferia, não chegam a participar dos editais pois não tem paciência para preencher a documentação exigida. Mas, assim como “Ligado” ano passado, sua presença no projeto da Secretaria Municipal de Cultura, torna-se estímulo à arte que emana dos bairros pobres de Pelotas. Em relação ao loteamento Dunas, o jovem rapper que pretende lançar disco até o final do ano, analisa que boa parte da violência associada a drogas, decorre da falta de opções de educação e cultura. A escola, critica ele, não é atrativa ao jovem da periferia.

TRAJETÓRIA – Desde guri ligado ao Hip Hop, Rick lembra que teve apoio da irmã Carol. Como ele ainda não escrevia, ela anotava suas rimas. Aos oito anos, os pais o presentearam com CD do “Racionais” e coletânea do DJ Carcaça. Assistindo shows no Loteamento Dunas, foi conhecendo e acompanhando grupos como a Banca CNR. Em 2008, junto com BLK, Jeferson e Gabriel, Rick integrou o grupo Consciência do Rap. No festival do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP), com o Rap “Viver para poder”, o grupo conquistou terceiro lugar. O prêmio foi DVD para a escola Núcleo Habitacional Dunas. Em 2010 e 2011, com Nathan (violão), Gustavo (bateria), Luciano (baixo), Tiago (teclado), Rick foi o vocalista do “Unidos pelo Rap”. A partir de 2011, com Luciano, Davi, Nego Lú e André, participou do “Projeto Decreto MCs”.

 

POR CARLOS COGOY

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