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sábado, 18 de maio de 2024

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Som underground no “Bokada Festival”

Som underground no “Bokada Festival”
08 julho
09:56 2016

Sábado às 23h no “Galpão” – José do Patrocínio 8 -, festival reunirás as bandas Tronco, Street Cats e Mato Cerrado

Marcelo Rubira

Marcelo Rubira

           Giana Cognato na bateria, Giuliano “Jack Strat” na guitarra. Eles formam o “Street Cats”, umas das atrações do “Bokada Festival”. Já o trio com Yuri Marimon (guitarra e voz), Wysrah Moraes (baixo e voz), e Felipe Nobre (bateria), também participará da programação com início às 23h no “Galpão” à rua José do Patrocínio 8. Eles integram a banda “Mato Cerrado”, cujo repertório é o rock com letras críticas. E, como anfitriã da noite “underground”, a banda com Cleber Vaz (guitarra, voz), Gabriel Medeiros (baixo), Marcelo Rubira (bateria). Eles são a “Tronco”, que estará lançando o primeiro “single”. No evento, poderão ser adquiridos EPs das bandas. Em destaque, Marcelo Rubira da “Bokada Produções”. Um dos idealizadores do festival, ele desde os anos noventa tem participado de projetos como as edições da “Anarkofesta”. Ingresso a R$10,00 até os trinta minutos de domingo. Após, sobe para R$15,00. Com a doação de agasalho, independente da hora, preço permanecerá R$10,00.

ANARKOFESTA foi promoção ‘underground’ com três edições na década de noventa. Com dezoito anos, Rubira foi um dos mentores da festa que reunia movimento punk, anarquistas e tribos na contramão do conservadorismo. Ele lembra: “Foi um tempo muito bom. Eu usava um visual bem carregado. A Anarkofesta foi meu primeiro festival underground, organizado pela Cerimônia Final produções. Na organização, estávamos eu, o Maurício ‘Gãs’ de Leon, e o ‘Zezão’. A ideia surgiu quando o Gãs voltou de Floripa, e queria fazer alguma coisa para movimentar a cidade. Com certeza, ainda não havia espaço para isso. Fomos assim mesmo, conversando, chamando a galera e fazendo acontecer com o que tinha. Era um pessoal que vivia aqui mesmo, mais estudantes e tal, galera que tinha banda aqui e de outras cidades, era um coletivo mesmo e todos ajudavam com alguma coisa”.

CONTESTAÇÃO – Rubira acrescenta sobre a experiência: “Na ‘Anarkofesta’, pessoal se reunia para assistir vídeos e escutar o que nunca tocava nas rádios. E também ver um monte de bandas de várias cidades. O local era o antigo ‘Gota d´Agua’, do seu Roberto, o único que nos aceitou. E foi muito legal, casa lotada em todas as edições. Havia exposições de fanzines e debates sobre anarquismo. Mas o forte mesmo eram as bandas. Aqui já tinha um movimento punk e metal bem forte aliado a Rio Grande, de onde sempre vinha uma galera. E assim está sendo até hoje. Também contávamos  com bandas de Porto Alegre, Santa Maria e Farroupilha, onde tem uma banda que sou fã até hoje, a ‘Apostasia’, banda dos primórdios do death metal. Lá também tocava de tudo, metal, punk, hard, gótico. Era um tempo em que a galera não se importava tanto com a qualidade dos músicos, queriam mesmo era quebrar cabeças. Debates eram feitos aqui em casa, aonde é o estúdio, sempre arquitetando alguma coisa. Teve até uma manifestação contra o desfile militar, e alguns foram presos. Mas foi muito boa a experiência. Tenho um DVD desse tempo, está bem ruim mas ainda vejo de vez em quando. O que restou da Anarkofesta foi a iniciativa para outros festivais que surgiram depois, pois a galera se puxou e até ajudei em vários festivais como faço até hoje, ali o pessoal aprendeu que, se quiser fazer alguma coisa em prol do que gosta, tem que fazer com o que tem e não esperar que caia do céu. Havia um ideal anarquista pois não visava lucros, era para fazer alguma coisa pelo coletivo alternativo, juntar tudo, sabe? Ficou uma memória e uma praga, pois eu não sei fazer outra coisa além de fomentar o underground até hoje. Com certeza contribuímos para que o pessoal levasse a ideia à frente”.

TRAJETÓRIA – Morador do Areal, o então guri Marcelo Rubira interessou-se quando assistiu matéria sobre o Rock in Rio em 1985. A seguir, foi no show do Camisa de Vênus no Paulista. Com o amigo Alex, que integrava a banda Dissector, descobriu novos grupos. Guitarrista, Rubira e amigos criaram a banda “Executor”. A bateria começou através do contato com Cláudio Reiter. Na época, sem internet, o jeito era procurar discos e fitas, bem como empenhar-se na troca de correspondências. Como artesão, Rubira morou no norte do Estado, Espírito Santo e centro-oeste do País. Em Pelotas, expôs no centro da cidade. Atualmente, dedica-se ao estúdio Bokada – rua Sen. Alberto Pasqualini 840 -, no Areal. Por lá, tem gravado várias bandas locais e também de Rio Grande. Entre os parceiros na promoção de festivais, menciona Artur e Paulo Momento, bem como a equipe do “Galpão”. Em relação à cultura libertária na atualidade, ressalta a Ocupação Coletiva de Arteirxs (OCA). Contatos: 8417.0347.

Por Carlos Cogoy

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