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Tambores e emoção marcam o Dia Municipal do Sopapo

Tambores e emoção marcam o Dia Municipal do Sopapo
04 fevereiro
09:43 2025

Ato no Paço Municipal contou com representantes de diversos segmentos da cultura afro

Sete tambores de sopapo foram as estrelas do ato em comemoração ao Dia Municipal do Sopapo, celebrado na tarde de segunda-feira (3) no Paço Municipal. “É um dia especial, quando abrimos as portas dessa casa para celebrarmos um elemento muito importante da nossa cultura negra. Falar de sopapo é falar de Giba Giba, do mestre Baptista, do mestre griô Dilermando que, por onde passa, carrega o nosso sopapo”, destacou a vice-prefeita Daniela Brizolara. A cerimônia teve dança, canto e poesia com o Grupo Oju Obá – Cantos Sagrados e Populares, da UFPel, e muito tambor.

Daniela agradeceu ao vereador Paulo Coitinho (Cidadania), pela iniciativa de ter criado a Lei 7.222/2023, que instituiu o Dia Municipal do Sopapo. Também é dele a autoria da Lei 9615/21, que declara o Tambor Sopapo Patrimônio Imaterial da cidade. “Agradeço a todos que estão aqui. Nós somos resistência, o sopapo é resistência! Muito obrigada por fazerem, junto conosco, que essa história não passe em vão”, destacou a vice-prefeita, representando o prefeito Fernando Marroni no ato.

Também esteve presente o autor do livro Vivência do Sopapo – Memórias da Ancestralidade e filho do mestre Baptista, José Batista, uma das figuras icônicas do Festival CaBoBu, que teve a primeira edição no ano 2000. De iniciativa do músico percussionista Giba Giba (Pelotas, 1940 – Porto Alegre, 2014), o CaBoBu buscou resgatar a importância do grande tambor, com todos os seus significados e ressonâncias na cultura pelotense. Mestre Baptista ministrou oficinas para a construção de 40 sopapos, na primeira edição do Festival. O nome CaBoBu unia a primeira sílaba do apelido de três antigos percussionistas: Cacaio, Boto e Buxa, como forma de homenageá-los. Eles representavam, também, todos os tocadores de sopapo.

Na música de encerramento, Aos Mestres do Tambor, de Janete Flores, todos foram convidados a dançar no saguão da Prefeitura. Na sequencia, os sete tambores de sopapo e o coral saíram do prédio e continuaram a cantoria na calçada, entre o Paço e a Bibliotheca Pública Pelotense (BPP).

O ato organizado pela Diretoria de Manifestações Populares da Secult contou com a participação dos secretários de Governo, Miriam Marroni, de Cultura (Secult), Carmem Vera Roig, de Igualdade Racial, Júlio Domingues, e da Mulher, Marielda Medeiros, dos diretores de Manifestações Populares da Secult, Daniel Amaro, e de Planejamento e Projetos da Secult, Alexandre Mattos, além da chefe de departamento de Manifestações Populares, Helenira Brasil.

Também estiveram presentes integrantes de entidades representativas da cultura afro, como o Núcleo de Políticas de Educação das Relações Étnico-Raciais da UFPel;,Conselho Municipal de Cultura (Concult), Conselho Negro de Pelotas, Grupo Odara, Clube Cultural Fica Ahí, o babalorixá Juliano de Oxum, representando líderes religiosos, Academia Pelotense de Letras (APL) e a produtora do CaBoBu, Sandra Narcizo. Pela UFPel, estiveram Janaize Neves, representanto a Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), e a coordenadora de Arte, Cultura e Patrimônio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, Eleonora Santos.

Sopapo

Instrumento originário das charqueadas, na Pelotas do século XIX, os sopapos eram fabricados pelos negros escravizados, a partir de troncos de árvore e couro de cavalo. O grande tambor, como também ficou conhecido, tornou-se popular no Carnaval de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, nos anos 1950, mas ao longo das décadas, acabou por cair no esquecimento. O Festival CaBoBu, em 2000, veio para resgatar sua importância histórico-cultural. A terceira e última edição do Festival foi em 2023.

Fotos: Rafael Almeida

 

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