Tim depõe junto à CPI da Telefonia
Encerrando a fase de oitivas, a Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada no Legislativo pelotense para apurar responsabilidades sobre reclamações do sistema de telefonia, tomou depoimento da operadora Tim, por meio do relações institucionais Tim/Sul, Cleber Rodrigo Affanio, que veio de Curitiba a Pelotas, nesta quarta-feira, atendendo chamado da CPI, especialmente para responder os questionamentos dos vereadores.
O presidente da Comissão, vereador Roger Ney (PP), abriu a reunião esclarecendo que a instauração da CPI em Pelotas fora motivada por orientação da Assembleia Legislativa do Estado, que desenvolveu trabalho dedicado de apuração de responsabilidades quanto a produtos e serviços disponibilizados pelas operadoras, principalmente em relação à telefonia móvel e internet, que acabam liderando as queixas dos usuários junto à Justiça ou órgãos de defesa do consumidor.
Falta de sinal e a baixa qualidade dos serviços foram pauta durante a reunião
O secretário Salvador Ribeiro (PMDB), fez a leitura da ata anterior e o relator da CPI, vereador Vitor Paladini (PSB), comentou que a qualidade dos serviços é o principal item gerador de reclamações, passando a formular diversas perguntas ao representante da Tim, com o objetivo de colher dados para a elaboração do relatório final.
Paladini, afirmando que há muitas “áreas de sombra” em Pelotas (falta de sinal), perguntou qual a abrangência da Tim na região 53; quantos clientes em Pelotas e na região; qual a capacidade das antenas e se o número de linhas estaria sobrecarregado; se é verdade que as antenas estão saturadas e se isso interfere nos serviços de telefonia; quanto à cobertura na colônia; como a Tim encara as reclamações; quais as medidas que adota; como a operadora interpreta os serviços de proteção ao consumidor; quando começou a atender o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) e quando o prazo se esgotará; se existe loja de atendimento presencial em Pelotas, onde fica e a que procedimentos está habilitada; se existem políticas para acelerar soluções via call center; e se há problemas da operadora com a legislação das antenas em Pelotas.
Cleber Affanio, que é engenheiro e há 14 anos é funcionário da Tim, respondeu os questionamentos da Relatoria, informando que há cerca de 100 mil clientes da operadora em Pelotas. “A Tim é a quarta operadora do estado, tendo 14% do mercado gaúcho. Neste município, tem 20 antenas 2G e 18 3G. Neste ano, os números vão se igualar (20 e 20).”
A respeito das áreas de sombra, Affanio transcorreu sobre todos os leilões de frequência realizados pela Agência Nacional de Telecomunicações, desde a década de 90. O primeiro, de caráter arrecadatório, exigia das operadoras a cobertura de 80% da área urbana dos municípios sedes. As zonas rurais e estradas não foram contempladas. “Aquele critério, hoje, não seria muito justo. Não se imaginava a popularização em grande escala do celular e, percebendo que havia muitas cidades sem cobertura, a Anatel, no leilão 3G, em 2009, levou as operadoras a assumirem municípios que não tinham os serviços.”
Prosseguindo, Cleber Affanio enfatizou que, a seguir, se iniciou uma demanda enorme por cobertura rural, conduzindo a Anatel, no leilão 4G, a dividir os estados do Brasil entre as operadoras. A Tim ficou responsável pelos serviços nas áreas de interior dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo. e pretende absorvê-las com cobertura de 100% até dezembro de 2015.
Sobre a relação número de antenas/usuários, o depoente informou que tecnicamente não é uma referência válida, pois o que importa é o tráfego. “A Tim já trocou todos os equipamentos 3G em Pelotas, por novos mais modernos e de maior capacidade. A operadora realizou vários testes de campo, após a substituição, finalizando esse serviço com otimização completa do sistema.”
O engenheiro da Tim informou que a operadora possui em seu site o espaço “Portas abertas”, consolidando a política de transparência e possibilitando consulta aos mapas de cobertura com precisão. “Também através do nº 2378, o usuário recebe mensagem com informações de cobertura por CEP. A Tim tem revendas e loja própria em Pelotas, à av. Ferreira Viana, nº 1523, (Shopping), onde presta atendimento de protocolos, contas, segundas vias, desbloqueios, cancelamento em 48 horas, parcelamento de débitos e cartazes com mapas. A loja também utiliza o hotline – aparelho para contato, pelo qual o cliente encaminha a questão de seu interesse.
Cleber Affanio informou que a Tim é a operadora com menor número de reclamações no Procon e que a legislação local não tem, por enquanto, impacto restritivo para prestação de serviços em Pelotas. “A qualidade de atendimento é meta. Junto à Tim, o usuário pode encaminhar demandas por telefone, pela Web e pelo Chat, por onde pode interagir em suas consultas.”
O presidente Roger Ney registrou que lamenta o fato da Anatel não ter acolhido convite para apresentar-se junto à Comissão, durante os meses em que a CPI desenvolveu seus trabalhos. “Faltou a resposta da Agência à sociedade. Faltou comprometimento do órgão regulador para com o nosso Município e com a região.”
Os trabalhos da CPI da Telefonia, a partir de agora, serão sintetizados pela Relatoria. As conclusões serão levadas a plenário, para votação de encaminhamento.
