Trânsito mata mais de 200 pessoas em dois meses, no Rio Grande do Sul
Dados são os mais recentes divulgados pelo Detran-RS; SBOT-RS alerta cenário e ressalta impactos aos sobreviventes. Em 2022, acidentes de trânsito mataram 1.708 pessoas no estado
Neste mês, a campanha Maio Amarelo reforça a conscientização de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres para um trânsito seguro. Estatísticas evidenciam a urgência dessa necessidade: dados parciais e mais recentes do Detran-RS, até fevereiro, mostram que 252 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Rio Grande do Sul, nos dois primeiros meses do ano. As rodovias foram o local de maior incidência (62,3%) e os homens a maior parte das vítimas (198). Em todo o ano passado, acidentes de trânsito mataram 1.708 pessoas no estado.
O presidente da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia – Regional do Rio Grande do Sul (SBOT-RS), Marcos Paulo Souza, pontua que, estatisticamente, para cada morte, há média de quatro feridos, situação que traz grande impacto em diversas questões, como sequelas e perda da força laboral, fragilizando a renda familiar, e o alto custo de tratamento. “Ao sobreviver a uma situação do tipo, as sequelas podem ser irreversíveis, pois a força do impacto pode resultar em politraumatismo, com lesões que podem limitar a mobilidade permanentemente”, fala.
O especialista explica que as fraturas expostas estão entre as ocorrências mais comuns em acidentes de trânsito. “É uma situação com gravidade mais elevada, que demanda significativo tempo de recuperação, uma vez que mais tecidos foram envolvidos e as fibras musculares rompidas. Esse tipo de fratura apresenta, ainda, alto risco de infecção dos tecidos devido à exposição ao meio externo”, salienta.
A fratura na bacia é outra lesão delicada e de riscos “Quando sentado no banco, há uma pressão elevada nos quadris e a região da pelve pode ser afetada. A fratura na bacia é muito comum em acidentes em alta velocidade, com risco de hemorragia, o que pode ser fatal em poucas horas”, ressalta.
À nível nacional, o Brasil registra, aproximadamente 45 mil mortes anuais, o que gera um custo R$ 50 bilhões por ano para a sociedade brasileira, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“É uma problemática que é questão urgente de saúde pública, que traz danos à economia, perda da força de trabalho, enfim, são muitos os prejuízos. Portanto, o respeito às leis de trânsito, por todos os agentes que compõem esse cenário, deve ser a máxima, assim como ações e campanhas que cada vez mais reforcem a importância de um trânsito seguro, para preservar o que temos de mais valioso: a vida”, conclui.