Travessia a Nado São José do Norte/Rio Grande completa 100 anos com os mais jovens vitoriosos da história
A disputa é a mais antiga a ser realizada em águas abertas no Brasil
A Travessia a Nado São José do Norte/Rio Grande teve sua 41ª edição realizada durante a manhã deste domingo, 02, nas águas da Lagoa dos Patos. A prova marcou o centenário da primeira travessia, realizada em 1923. A disputa é a mais antiga a ser realizada em águas abertas no Brasil.
O primeiro atleta a completar o circuito foi Rodrigo Sant’Anna, do Grêmio Náutico União, de Porto Alegre/RS. Natural da capital gaúcha, ele entrou para a história da prova, sendo o mais jovem campeão, com 14 anos. Rodrigo completou o circuito em 49 minutos e 38 segundos e destacou a felicidade em terminar na primeira colocação. “A preparação é muito difícil. Os treinos foram diários, mas valeu muito a pena. Estava com uma expectativa muito boa, com muita vontade de ganhar”, pontuou.
A segunda colocada foi Sophia Fagundes, também do Grêmio Náutico União. A nadadora de 13 anos é natural de Viamão e concluiu a prova em 57 minutos e 41 segundos. A jovem falou sobre o orgulho de ser a primeira atleta a chegar e destacou o trabalho realizado pelo Grêmio Náutico União, equipe dos dois vencedores. “Nós treinamos bem, mas na piscina. É uma opção nossa nadar [em águas abertas]. É importante se manter tranquilo para esse tipo de prova, porque eu não nado muito nesse tipo neste ambiente. Vou começar a competir mais”, afirmou.
A Travessia contou com nove categorias, separadas por faixa etária, de 13 a 74 anos. São elas: Juvenil, Júnior e Master A a G. Foram 78 atletas que concluíram o circuito no tempo máximo de 2h30, estipulado no regulamento. Um dos organizadores, Roger Lopes afirmou que a realização do evento foi um sucesso: “Um tempo maravilhoso para comemorar os 100 anos da Travessia”.
O atleta Jair Albuquerque, de 76 anos, veterano nas últimas Travessias São José do Norte/Rio Grande, avalia que “cada prova é uma história diferente”. Por outro lado, Kelly Silva, veio de São Paulo especialmente para a disputa. “Já tive várias experiências em mares e rios, mas nunca tinha nadado em uma laguna. Uma amiga de Porto Alegre me contou da Travessia. É sempre uma aventura diferente nadar num canal, muito interessante. É uma prova diferente, muito legal”, disse.
França Pinto lançará e-book em homenagem aos 100 anos da Travessia
Em função do aniversário centenário da prova, a Escola Municipal de Ensino Fundamental França Pinto, que propõe o projeto “Explorando o Município através das Águas”, organizou uma série de atividades para homenagear a travessia. A professora Leontine Santos, uma das responsáveis da escola, explicou que a iniciativa surgiu em colaboração com as professoras das Área das Linguagens.
“O objetivo é resgatar os 100 anos da Travessia como primeiro passo. Tentamos mobilizar a comunidade escolar e conseguimos a participação de mais de 20 estudantes dos 9º anos. Os alunos vieram para acompanhar a Travessia, entrevistar os participantes, entender as suas motivações e rotina de treinamento. Para além disso, a ideia é montar uma linha do tempo das 41 edições da prova. Para termos, como produto final, um e-book e uma mostra fotográfica, com o registro dos alunos”, afirmou.
A premiação com medalhas de participação foi feita a todos os competidores que terminaram a prova. Os cinco primeiros atletas femininos e masculinos da classificação geral receberam troféus e uma premiação em dinheiro. A 41ª edição da Travessia é uma parceria do Festimar com a Associação dos Corredores de Rua do Rio Grande (ACORRG) e Secretaria de Município da Cultura, Esporte e Lazer.