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quinta, 02 de maio de 2024

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UMBANDA : Iemanjá foi maior que chuva e transtornos para impedir festa

UMBANDA : Iemanjá foi maior que chuva e transtornos para impedir festa
04 fevereiro
08:40 2014

Na madrugada de sábado para domingo, a orla do Balneário dos Prazeres, enfeitada pelas cores azul e branco, se transformou em um grande cenário de amor e fé.

Mesmo com todos os transtornos, como a proibição dos acampamentos e a indefinição do repasse de verbas públicas, que antecederam a festa, em conjunto com as pancadas de chuva que caíram durante o evento, a 57ª Festa de Iemanjá recebeu um público expressivo. Milhares de fiéis puderam saudar a rainha das águas e fazer seus pedidos para este ano.

Para que a festa de fato acontecesse, a Câmara Municipal se tornou parceira dos religiosos. Por meio de reuniões e audiências públicas, ao longo de 2013 e também no inicio de 2014, os vereadores lutaram para que fosse estabelecido um acordo entre umbandistas, Executivo e Ministério Público, que contemplasse as partes envolvidas. A posição firme do Legislativo ganhou o reconhecimento da população que esteve no Balneário, que com uma salva de palmas, agradeceu o trabalho dos parlamentares.

FIÉIS saudaram a rainha das águas

FIÉIS saudaram a rainha das águas

“Se não fossem vocês, não sei se hoje estaríamos aqui”, afirmou em seu pronunciamento, o presidente da Federação Sul-Riograndense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros, Joab Bohns. “Esta é uma noite de vitória”.  Joab finalizou seu pronunciamento pedindo a união dos umbandistas, pois segundo ele, “querem destruir com a religião”.

OS VEREADORES seguiram a mesma linha. O presidente da Câmara, Ademar Ornel (DEM), disse que a Umbanda nunca foi tão perseguida. “Queriam definir até o local, não pode ser perto da água, tem que ser na praça”.  “Estão brincando com a fé das pessoas”,reiterou. Ornel ainda salientou que a discriminação só fortalece a religião. “Estamos mostrando nossa força, quanto mais nos batem, mais nos unimos”, concluiu.

Ricardo Santos (PDT) disse que o Barro Duro não recebe a atenção do Poder Público durante o ano, mas que na festividade é lembrado. “Na Festa de Iemanjá eles aparecem para notificarem os umbandistas e dizerem que a destruição da praia é culpa dos religiosos”.  “A Intolerância religiosa já iniciou, desde que os centros foram notificados de que precisavam de alvarás para funcionar”.

Rafael Amaral (PP) disse que ele e sua família são umbandistas. “Eu sinto na pele o preconceito por ser dessa religião”. Beto Z3 (PT) salientou que a fé deve ser respeitada, independente da opção religiosa de cada um e que mesmo sendo católico, está junto dos umbandistas na luta pela intolerância religiosa.

UM FATOR que marcou o evento e se tornou ponto de questionamento entre os presentes, foi a ausência do prefeito e de representantes da Prefeitura, situação que foi criticada pelos umbandistas e pelos parlamentares. O vereador Marcola (PT) afirmou que o prefeito deveria estar no festejo para prestar contas para os religiosos. “Ele devia estar aqui, para pedir perdão”, finalizou.

 

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