Usina de Candiota poderá operar até 2040
Usina térmica localizada em Candiota/RS queima carvão mineral para gerar energia, e agora teve sua continuidade operacional garantida até 31 de dezembro de 2040.
A Usina Termelétrica de Candiota conquistou um fôlego com a decisão do Governo Federal de estender sua operação até 2040, embalada em pacote regulatório que privilegia térmicas de carvão como reserva de energia. A medida traz alívio à comunidade local, reafirma o papel da usina no sistema elétrico nacional — mas segue carregada de desafios ambientais e estruturais. O grande teste será se esse tempo extra será usado para preparar a região para o pós-carvão ou apenas prolongar o modelo existente.
A prorrogação está vinculada à aprovação da Medida Provisória 1.304/2025 que contempla a contratação de térmicas a carvão como usinas de reserva de capacidade no sistema elétrico brasileiro.
Importância local
Para a cidade de Candiota — cuja economia se apoia fortemente na extração de carvão, transporte e geração elétrica — a notícia representa um alívio para a comunidade. A garantia de operação até 2040 permite uma margem de planejamento para trabalhadores, fornecedores e município, em meio aos debates em torno da transição energética. A região viveu anos de incerteza quanto ao futuro da usina e, consequentemente, dos empregos e da cadeia produtiva ligada ao carvão.
Importância estratégica para o sistema elétrico
Do ponto de vista nacional, essa decisão se insere no contexto da busca por segurança de suprimento do sistema elétrico brasileiro. A usina de Candiota – e outras térmicas a carvão – são vistas como reserva pronta para entrar em operação em momentos de baixa geração de fontes intermitentes como eólica ou solar. A MP aprovada define que usinas desse tipo poderão atuar como mecanismo de apoio à rede elétrica até 2040.
Desafios e críticas
Mesmo com a decisão celebrada localmente, surgem vários pontos de atenção, entre eles:
- Ambiental: O uso de carvão mineral é cada vez mais alvo de críticas por conta das emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes. Apesar do Brasil ter grande participação de fontes limpas, o setor de carvão permanece.
- Transição energética: Garantir operação até 2040 significa que a usina terá que alinhar-se às futuras exigências de controle ambiental, de eficiência e possivelmente de mitigação de emissões. A comunidade local ressalta que o futuro “não é queimar carvão” indefinidamente, mas avançar em tecnologias mais limpas.
- Dependência regional: A economia de Candiota depende da usina – ao mesmo tempo, essa dependência coloca em risco o futuro se não houver diversificação econômica ou preparo para outro modelo pós-carvão.
Dados Técnicos – Usina Termelétrica de Candiota III
- Capacidade instalada: 350 MW.
- Energia média comercializada: cerca de 292 MW médios.
- Localização: Município de Candiota, Rio Grande do Sul.
- Combustível principal: carvão mineral extraído localmente.
- Investimento inicial (Fase C): ~ R$ 1,5 bilhão.
- Entrada em operação comercial: 1º janeiro de 2011 (Fase C)
- Fator de capacidade estimado: para alguns anos, em torno de 50%, por exemplo média anual ~175 MW médios em 2015, o que representa ~50,15% da capacidade.







