Diário da Manhã

segunda, 25 de novembro de 2024

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VACINA É LIBERADA!

VACINA É LIBERADA!
17 janeiro
16:28 2021

Minutos após a ANVISA anunciar que a CoronaVac estava liberada para uso, o estado de São Paulo iniciou a vacinação, começando pelo grupo dos profissionais de Saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou neste domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19. A reunião que discutiu o tema durou cerca de 5 horas.

Os diretores acompanharam o voto de Meiruze Freitas, relatora dos pedidos. No caso da Coronavac, a diretora condicionou a aprovação à assinatura de termo de compromisso e publicação em “Diário Oficial”.

O Rio Grande do Sul planeja iniciar a vacinação na quinta-feira.

SÃO PAULO

A enfermeira Mônica Calazans, 54, é a primeira brasileira imunizada com a vacina do Butantan contra a COVID-19 no país. Mulher, negra e com perfil de alto risco para complicações provocadas pelo coronavírus, não deixou de atuar nos hospitais da capital paulista para ajudar a salvar vidas. Para Mônica, a campanha de imunização é uma oportunidade de recomeço para toda a população do Brasil.

“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou a enfermeira, que é obesa, hipertensa e diabética.

Primeira vacinadora

A primeira vacinadora do Brasil também é mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, 30, atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.

Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças. Para Jéssica, o início da vacinação contra a COVID-19 é um marco histórico na própria carreira e, sobretudo, para o Brasil.

“Não esperava ser a pessoa a aplicar esta primeira dose. Isto me enche de orgulho e esperança de que mais pessoas sejam protegidas da COVID-19 e que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso. São mais de 52 mil profissionais de saúde mobilizados nesta campanha e cada um deve receber o devido reconhecimento”, afirmou Jéssica.

VACINA NO RS

A expectativa do governo do Estado é iniciar a imunização dos gaúchos até quinta-feira (21/1).

“Amanhã mesmo deve começar a distribuição da primeira [vacina] aos estados. Vacinação, assim, possível de ser iniciada até o dia 21 (talvez 20). O RS está pronto! #vacinaJÁ. Nossa Rede de Frio, a logística de distribuição para as coordenadorias regionais de saúde, as seringas agulhadas… tudo pronto para o início da imunização no estado”, manifestou o governador Eduardo Leite nas redes sociais neste domingo (17/1).

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), para garantir a qualidade dos imunobiológicos adquiridos e ofertados à população, conta com uma Rede Nacional constituída por uma estrutura física, chamada Rede de Frio, que viabiliza seu processo logístico. A estrutura da rede frio deve ser organizada desde a instância nacional até a local. À estadual cabe organizar centrais estaduais de armazenamento e distribuição de imunobiológicos em câmaras frias.

Leite também cumprimentou o governador de São Paulo, João Doria, que viabilizou a parceria internacional do Butantan, e agradeceu ao Ministério da Saúde, que fez a parceria da Fiocruz com a Oxford/Astrazeneca e enviará as duas vacinas aos estados.

“E, principalmente, VIVA A CIÊNCIA! Obrigado aos cientistas!!”, escreveu o governador.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) distribuiu às 18 coordenadorias regionais, desde dezembro, 43 novas câmaras frias para a conservação de vacinas, antecipando a logística para a vacinação contra a Covid-19. Ao todo, são 96 equipamentos em funcionamento nas regionais da SES, cobrindo todos os municípios do Rio Grande do Sul. Somada à estrutura da Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi), em Porto Alegre, a capacidade total de armazenamento é para até 10 milhões de doses.

“É um dia histórico. Agora, falta o passo seguinte, que é o Ministério da Saúde informar o quantitativo de doses da Coronavac que será distribuído, de forma igualitária, a todos os Estados. Tão logo chegue no RS, conforme já anunciado, precisamos de um tempo para fazer a redistribuição para cada uma das 18 regionais de saúde. Há uma perspectiva de que, chegando no dia 18, as doses sejam entregues no dia 19 e, no dia 20, seja feita a aplicação da primeira dose em Porto Alegre e nas sedes das coordenadorias”, detalhou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Assim que as doses chegarem ao Estado, seguem para a Ceadi. No local, é feita a separação para as regionais, de acordo com critérios populacionais dos grupos a serem vacinados e de acordo com o volume recebido. Do local, partem os caminhões para as 17 regionais do interior, para a regional com sede na capital e para a central de armazenamento da Secretaria de Saúde de Porto Alegre.

Em relação às agulhas e seringas, a SES terminou 2020 com um estoque de 4,5 milhões de seringas, e foram adquiridas, por registro de preços, mais 10 milhões de seringas agulhadas. A entrega desses insumos aos municípios será escalonada e integrada com a distribuição da vacina.

Também há cerca de 1,8 mil salas de vacinas em todo o Estado. Em cada município, a gestão local poderá definir as melhores formas de vacinar sua população e evitar aglomerações, como indicar locais e horários que funcionem melhor para cada realidade.

De acordo com o Plano Nacional de Imunização, os grupos prioritários para a campanha são profissionais na linha de frente em contato direto com o vírus, como pessoas que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), centros de triagem e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); idosos em lares de longa permanência; idosos fora desses lares escalonados por faixa etária (mais de 80 anos; de 75 a 79 anos; de 70 a 74 anos); indígenas e quilombolas. A estimativa é que cerca de 1 milhão de pessoas façam parte dessas populações no Estado.

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