Vegetarianismo infantil sem riscos
Segundo especialista, exclusão da carne só causa problemas se a substituição não for feita de maneira adequada
É notável o crescimento de pessoas que excluem a carne e até ingredientes de origem animal do cardápio. Apesar disso, muitos pais que seguem essa vertente ficam em dúvida se devem estimular seus filhos a fazerem o mesmo, com receio de trazer algum distúrbio ou deficiência nutricional para os pequenos. “Porém, na verdade, essa troca só causa problemas se a substituição não for feita de maneira adequada”, afirma Cyntia Maureen, nutricionista e consultora da Superbom (www.superbom.com.br), empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis.
Antes de tudo, é importante citar que a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) classifica quatro tipos de dieta vegetariana: ovolactovegetariana (sem carne, mas com ovos, leite e derivados); lactovegetariana: (sem carne e ovos, mas com leite e derivados); ovovegetariana (sem carne, leite e derivados, mas com ovos) ou vegetariana estrita (sem carne, leite e ovos).
Para todas essas classificações, é essencial que os pais busquem orientação de profissionais da área da nutrição e acompanhem a substituição desses alimentos com a ajuda necessária para não terem maiores preocupações. “Para uma alimentação saudável, não basta apenas praticar o vegetarianismo, uma vez que o cardápio deve também ser balanceado e suprido de maneira consciente e segura”, esclarece a profissional. De acordo com ela, quando isso acontece, o pequeno vai crescer com menor propensão a devolver doenças cardíacas, diabetes, câncer, sobrepeso, obesidade e problemas gastrointestinais.
“Esses benefícios se dão por que a alimentação vegetariana equilibrada proporciona menor ingestão de colesterol, gorduras saturadas e um maior consumo de fibras e antioxidantes na comparação com a dieta onívora”, pontua a especialista.
Na oferta diária de comida, o ideal é que o pequeno receba alimentos variados, saudáveis, balanceados e coloridos, o que reduz as chances de desenvolvimento de deficiências. “É preciso priorizar os vegetais verde escuros como couve, espinafre e rúcula e as leguminosas, em que podemos citar os feijões, ervilha e a lentilha. São alimentos que suprem a necessidade de ferro, cálcio e zinco, que estão presentes nas opções de origem animal”, orienta. Além disso, para que esses nutrientes, especialmente o ferro, tenham melhor absorção pelo organismo, a orientação é sempre associá-los com fontes de vitamina C. “Então a laranja, limão, tangerina e morango são fundamentais”, complementa a nutricionista.
Proteínas vegetais
Já sobre as fontes de proteína vegetal, destacam-se cogumelos, soja, grão de bico, ervilha, lentilha e os laticínios (para a criança que não é vegetariana estrita). “Com 100 gramas de cogumelos prontos, por exemplo, é possível substituir as proteínas existentes em 100 gramas de carne vermelha. Já uma xícara de chá de soja cozida contém cerca de 25g de proteína, a mesma quantidade de um filé pequeno de frango grelhado”, compara a consultora da Superbom.
Vitamina B12
A vitamina B12 está presente em todos os alimentos de origem animal, sendo praticamente ausente em alimentos vegetais. “É preciso procurar uma orientação médica para que seja avaliada a necessidade de uma correta suplementação. Esse acompanhamento é fundamental para evitar eventuais deficiências nutricionais”.
Dicas
Por fim, para que a alimentação dos filhos ocorra da melhor forma, Cyntia elencou algumas dicas para serem colocadas em prática pelos pais. “Varie os tipos de preparação dos alimentos, prefira sempre os vegetais e frutas da época, tenha muita atenção na leitura dos rótulos e mantenha uma hidratação adequada por meio da ingestão de água e sucos integrais. Nade de refrigerante”, conclui.