Diário da Manhã

segunda, 23 de dezembro de 2024

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Vinte anos sem Brizola

Vinte anos sem Brizola
21 junho
00:14 2024

Por João Neutzling Jr.

Há vinte anos, em 21 de junho o Brasil perdia Leonel Brizola aos 82 anos. Político de viés nacionalista e trabalhista e de boa oratória colecionou muitas conquistas e também muitos inimigos ao longo de sua trajetória de vida pública.

Foi deputado estadual e federal pelo Rio Grande do Sul.

Foi governador do Rio Grande do sul de 1959 a 1963.

Foi o único político que governou dois estados: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Sua grande bandeira era o investimento em educação. Em 1960, quando era governador do estado, Brizola chegou a investir 36% do orçamento público em educação. Criou o projeto educacional denominado “Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul”, que resultou em significativa ampliação das oportunidades de acesso ao ensino e alfabetização em massa.

Quando governador do estado, Brizola nacionalizou a companhia Bond & Share, empresa americana que monopolizava a energia elétrica na região metropolitana de Porto Alegre, para criar a Companhia de Estadual de Energia Elétrica (CEEE).

Estatizou em 1960 a International Telephone and Telegraph (ITT) que foi substituída pela Companhia Riograndense de Telecomunicações – CRT.

Fez também a primeira reforma agrária do país no banhado do colégio em Camaquã nos anos 60.

Liderou a campanha da legalidade em prol de João Goulart que era ameaçado pelos militares e por parte do empresariado nacional.

Com o golpe de 64 foi perseguido pelos militares e partiu para o exílio no exterior. Ficou muito de Mário Soares, primeiro ministro de Portugal e membro do partido socialista. Depois de 15 anos exilado retornou ao Brasil em 1979 para fundar o Partido Trabalhista Brasileiro- PTB.

Quando foi governador do Rio de Janeiro, 1983 – 1987 e 1991– 1994, ele criou os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), que eram escolas de tempo integral, uma ideia antiga do sociólogo Darcy Ribeiro (1922-1997).

Na eleição de 1982 para governador do Rio entrou em conflito com Roberto Marinho, da Rede Globo de TV, que tentou fraudar a eleição.

Na eleição presidencial de 1989, depois do fim ciclo militar, Brizola (PDT) ficou em terceiro lugar no 1º turno sendo que essa eleição foi vencida no segundo turno por Fernando Collor (PRN) que derrotou Lula (PT).

Nas eleições presidenciais seguintes não teve sucesso.

Está sepultado em São Borja ao lado de Getúlio Vargas e João Goulart.

Brizola, foi o melhor presidente que nosso país não teve.

Poderia ter feito muito pela educação e pela nação.

* Economista, bacharel em Direito,

Mestre em Educação,

Auditor estadual,

Professor e pesquisador.

[email protected]

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