PACTO DA PAZ: Homenagem às vítimas da violência
Mais de 400 pessoas estiveram no seminário Pacto Pelotas Pela Paz, sexta-feira no auditório do IFSul. Dessas, 68 foram escolhidas aleatoriamente e receberam mudas de flores, logo na entrada, pela comissão organizadora do evento.
O momento mais emocionante do dia foi quando a prefeita Paula Mascarenhas, no palco, pediu para que esses participantes se levantassem na plateia. Então a chefe do Executivo revelou o motivo da homenagem: cada flor simbolizava uma vítima de homicídio neste ano.
O número divulgado pela Polícia Civil demonstra o aumento da violência em Pelotas, que até julho registra aumento de 56% em relação ao mesmo período do ano passado. “Precisamos instaurar uma cultura da paz. O Pacto só acontecerá se a sociedade acreditar e se mobilizar”, disse a prefeita.
Para contagiar o espírito da paz no evento, foram anexados nas paredes do auditório cartazes feitos por alunos da rede municipal. Colagens, desenhos e pinturas trouxeram o tema de forma lúdica. Crianças e jovens do projeto Dança no Bairro também entusiasmaram o público, com coreografias e músicas que retratam o cotidiano no Comitê de Desenvolvimento do Dunas (CDD).
Por fim, o rapper Mano Rick apresentou seu hip hop e contou sobre as oficinas que vem desenvolvendo, junto à Prefeitura, aos internos da Fase. “É bacana ver o processo evolutivo dessa gurizada, com as noções de musicalidade, tempo e compasso. É a mensagem da periferia”, vibrou.
GRUPOS DE TRABALHO DEBATEM A IMPLANTAÇÃO DO PACTO
Após o seminário de lançamento do Pacto Pelotas Pela Paz, na manhã da última sexta-feira no IFSul, grupos de trabalho foram formados durante à tarde para discutir a implantação do Plano Municipal de Segurança Pública. Representantes do Executivo, Legislativo, forças policiais, Judiciário e sociedade em geral formaram rodas de conversa temáticas em salas do instituto.
A consultora Tâmara Soares reuniu profissionais da Educação, Saúde, Assistência Social e Cultura para tratar dos projetos de prevenção como Escola da Paz e Cada Jovem Conta, que começarão inicialmente no bairro Areal (o chamado Território 1), com ações em nove escolas. “O grupo desta área foi priorizado por estar em situação de vulnerabilidade social. Após esse primeiro passo, a iniciativa será implantada no resto da cidade”, explicou.
O sociólogo e jornalista Marcos Rolim tratou sobre a Redução de Vitimização Precoce com servidores da Prefeitura, Judiciário e Ministério Público. “Nenhum lugar terá tanta chance de uma cultura da paz dar certo quanto em Pelotas, com a construção coletiva do Pacto Pela Paz. Todas as cidades do mundo que reduziram índices de violência criaram planos que envolveram as pessoas”, analisou. Rolim também ressaltou a importância de investir na ressocialização dos ex-apenados. “Sai mais barato reintegrar um jovem ao mercado de trabalho do que o manter na Fase ao custo de R$ 20 mil por mês do dinheiro do contribuinte”.
O grupo coordenado pelo secretário de Segurança Pública (SSP), Aldo Bruno Ferreira, e pelo consultor Alberto Kopittke discutiu a formação do Código de Convivência, com a coleta de informações e sugestões de policiais e da sociedade. O taxista Marcos Teixeira, que faz parte da Associação dos Deficientes Físicos de Pelotas, contou seu relato como vítima da insegurança. “Em um curto intervalo de tempo, fui atropelado na avenida Fernando Osório por um motorista em alta velocidade e quase fui vítima de assalto. Tentaram levar minha cadeira de rodas, mas populares me ajudaram. Precisamos de paz”.
O resultado do seminário será organizado em documentos que servirão de base para o próximo encontro do Pacto, a ser marcado ainda este ano.
SITE DO PACTO:
Através do link: www.pelotas.rs.gov.br/pacto todos podem conhecer o conjunto de estratégias voltado à redução da criminalidade e da promoção da paz a partir das ações movidas por toda a sociedade.
Fotos: ASCOM
