TRANSPORTE COLETIVO : Trabalhadores urbanos “indicam” greve
Paralisação poderá ocorrer a partir da madrugada da próxima quinta-feira após assembleia da categoria
Em estado de greve desde o final do mês novembro, os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Pelotas poderão “bater o martelo” com mais força na continuação da assembleia que aprovou o indicativo de greve. O dia D será na próxima quarta-feira, quando os rodoviários estarão reunidos para definir o rumo a ser tomado. E pelo andar dos “veículos” a greve parece estar no “grito” da categoria.
Ao final da assembleia marcada para às 21h os trabalhadores já deverão estar de prontidão para a partir da 0h da quinta-feira, dia 20, cruzarem os braços.
“Hoje os trabalhadores estão vivendo num regime de semiescravidão, sem reajuste salarial há mais de 24 meses, sendo monitorados por câmeras focadas diretamente para eles, cumprindo cargas de trabalho sem intervalos até mesmo para suas necessidades fisiológicas, em nome de um lucro absurdo concedido aos empresários”, observa Claudiomiro Amaral, presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas (STTRP).
Sobre paralisar as atividades, Amaral é enfático: “Se não houver nenhum avanço ao que está exposto até aqui, é muito provável que a categoria vá para a greve”.
CLAUDIOMIRO Amaral aponta descontentamento da categoria
Os avanços a que o sindicalista se refere dizem respeito a novo percentual de reajuste, garantias de clausulas conquistadas em outras negociações e acréscimo de plano de saúde aos trabalhadores.
NO ÍNICIO das negociações do dissídio dos rodoviários, a categoria encaminhou aos empresários reivindicação de reajuste salarial igual a 4% de ganho real, inflação do período, totalizando cerca de 8%, mais a manutenção de cláusulas conquistadas em momentos anteriores. E também inclusão de plano de saúde e seguro de vida aos trabalhadores.
Na segunda semana de novembro, a prefeitura concedeu reajuste de 10,70% na tarifa do transporte urbano, a qual passou de R$ 3,35 para R$ 3,70. No mesmo período, os empresários cancelaram as negociações com o STTRP, após definirem pela concessão de reajuste salarial à categoria, pelo INPC, cerca de 4%.
É assim que os rodoviários urbanos se preparam para a assembleia que pode culminar com a greve no serviço.
A Redação do Diário da Manhã tentou sem êxito contato com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Pelotas para ouvir uma posição sobre a situação que poderá culminar com a paralisação do transporte urbano na madrugada da próxima quinta-feira.
