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21º CASAMENTO COLETIVO : Formalizada relação de mais 37 casais de Pelotas

21º CASAMENTO COLETIVO : Formalizada relação de mais 37 casais de Pelotas
08 dezembro
09:47 2014

Seguros, mas nem por isso menos nervosos, 37 casais formalizaram suas uniões na 21ª edição do Casamento Coletivo, organizado pela Secretaria de Justiça Social e Segurança (SJSS), na tarde de sábado no Paço Municipal. Embora a maioria já vivia junto há muitos anos e apesar da idade bastante variada – entre 20 e 79 anos -, os noivos não escondiam a emoção de ter a relação oficializada em cerimônia com direito a vestido branco, buquê de flores e até valsa, tudo viabilizado com a ajuda de parceiros que não mediram esforços para tornar o dia inesquecível para estas 74 pessoas e suas famílias.

Coordenadora desta edição do Casamento Coletivo, Ziza Fernandes, da SJSS, não escondia a satisfação em ver a felicidade dos noivos. A secretária de Justiça Social e Segurança, Clésis Crochemore, deixou uma mensagem de amor aos recém-casados: “vocês são exemplo para a nossa cidade, porque amor é tudo, não somos nada sem amor. Exemplo para os filhos e vizinhos. E esse é o momento de publicar o amor. Não tenham vergonha de olhar nos olhos um do outro, de buscar nesses gestos a essência da vida e não se deixem abater pelas bobagens do dia a dia.”

Antes do casamento, os noivos foram separados em dois ambientes. Elas no andar superior. Eles em frente ao prédio. Mesmo entrevistados separadamente, eles tinham um discurso afinado. Os três noivos começavam dizendo que estavam casando por elas, mas acabavam admitindo que o interesse partiu deles.

Filipe Pedrozo Maciel disse que estava ali para realizar o sonho da, agora, esposa. “Pra tentar agradá-la o máximo possível”, disse. Perguntado como seria se não houvesse o casamento coletivo, foi taxativo: “não seria”, lembrando que não teriam como comprar um vestido de noiva. Ele e Viviane Pinz Bastos vivem juntos há dez anos e têm dois filhos, Iago de nove anos e Érick Joaquim de dois. “Nossas famílias estavam perdendo o encanto, o casamento vai uni-las novamente”, concluiu. Viviane diz que nunca tinham pensado em casar, “a gente vive muito bem junto, mas surgiu a oportunidade e ele correu atrás, rapidinho”, disse, ao mesmo tempo em que se revelou feliz e “tranquila”.

CERIMÔNIA realizada sábado no Paço Municipal foi pura emoção

CERIMÔNIA realizada sábado no Paço Municipal foi pura emoção

Reinaldo Costa Goularte, que há nove anos vive com Cátia Janaina Gomes Menna, e também tem dois filhos – Bryan de seis anos e Gabriele de cinco, diz que desde o ano passado se interessaram em participar do Casamento Coletivo e oficializar a relação, pela dificuldade financeira que teriam caso fosse individual. Cátia deixa claro que o sonho realmente era de Reinaldo, mas que casar é o sonho de toda mulher, porém não tinha esperança de casar “vestida de noiva”, e isso não aconteceria se não houvesse o projeto.

A NOIVA mais velha desta edição, e talvez a mais assediada por jornalistas e curiosos, era Ceni Dias da Silva, que vive com Rui Machado Gonçalves há 32 anos. Ela diz não se importar com a formalização da união, mas para ele era muito importante. Ambos vinham de uma relação anterior que acabou em divórcio. Ela já tinha filhos e netos. Ele se satisfez com a família dela. “Fomos deixando o tempo passar”, diz. Hoje Celi tem, além de quatro filhos, seis netos, e dez bisnetos, com quem Rui tem uma excelente relação, mas agora será oficialmente de avô e bisavô. “Até que a morte nos separe”, garantiu o noivo ao completar que “o coração está batendo forte”.

Este ano foi aberta, pela primeira vez, a possibilidade de casais homoafetivos participarem, mas não houve inscritos. O juiz de direito, Marcelo Malízia Cabral, coordenador da Ronda da Cidadania e responsável pelo Casamento Coletivo desde 2007, avalia que isso aconteceu por falta de informação, pois a formalização do casamento garante mais segurança para as famílias. “É claro que existem famílias sem o casamento, e são tão legítimas quanto as que formalizaram, mas o casamento as protege”, diz, “espero que nas próximos anos casais homoafetivos venham a aderir e celebrar”, concluiu.

O CASAMENTO Coletivo é um projeto de iniciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e em Pelotas conta com a parceria da Prefeitura, que cede o local da cerimônia, a decoração, os vestidos brancos das noivas. Os buquês foram doados pela equipe do Buquê do Amor, coordenado por Janice Santos, e o cabelo e maquiagem foi feito voluntariamente pela escola de Cabeleireiros Nair Rosseli. A cerimônia teve acompanhamento musical dos cantores Hugo Miori e Carise Santos e do músico Solon Silva. A organização agradeceu também a colaboração da Guarda Mirim, do Grupo de Escoteiros São Francisco de Assis, da psicóloga Myryam Viegas e do advogado Alexandre Garcia.

Com as uniões deste fim de semana, o projeto totaliza quase 800 casamentos em 13 anos. As inscrições para a edição de 2015 devem ser abertas entre março e abril nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), vinculados à SJSS.

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