Diário da Manhã

segunda, 23 de dezembro de 2024

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MÊS DAS MULHERES : Conheça a goleira Rubiani

11 março
10:05 2021

Por: Henrique König

Nas categorias de base, ela foi considerada uma das melhores goleiras do país. Rubiani Klug hoje tem 20 anos e uma carreira muito bonita nas equipes mais jovens. Em especial no Pelotas Lobas, ela conseguiu atingir o nível para convocações pela seleção brasileira. Foram viagens para treinar nos grandes centros que marcam sua experiência de vida. Também se destacou em Campeonato Gaúcho e fez parte do elenco adulto do Grêmio.

Rubiani Klug vestiu as camisas do Pelotas, do Grêmio e da seleção nacional

Rubi começou a jogar bola aos cinco anos de idade, ainda na escola Alfredo Simon, em Pelotas. Na época, precisava jogar futsal com os meninos. Ela revela a dúvida entre jogar na linha ou de goleira. Foi na escolinha do Pelotas, em 2010, que decidiu defender as redes. “Nos treinos faltava alguém para ser goleira e acabei tomando gosto. Em 2013, houve a minha primeira peneira para seleção brasileira e foi no Parque Lobão. Eu nunca tinha treinado e jogado no campo, foi minha primeira experiência já na seletiva sub-15. Por uma surpresa muito grande, acabei convocada”, relata a jogadora.

Na breve carreira, marcou atuar pelo Pelotas, pela Seleção Gaúcha e ser convocada para o Grêmio. “No Grêmio, eu era muito nova, com 17 anos e as demais goleiras já eram da categoria adulta”, então acabou não atuando em campeonato nacional pelas tricolores.

Foram três convocações para seleção brasileira nas categorias de base. “Foi uma experiência surreal, porque a realidade é completamente diferente das equipes pelo Brasil afora. Eram regras, cronogramas, refeições pré-divididas, tudo acompanhado, em desempenho, em saúde, com médico, fisioterapeuta e nutricionista. Uma rotina desenhada desde a manhã, com treinos em dois turnos. Treinamento tático, técnico, na academia, crioterapia (regenerativo nos baldes e banheiras com gelo) e alguns períodos de folga para não sobrecarregar”, relembra Rubi.

A goleira pelotense conheceu a famosa Granja Comary, onde treinam os selecionados e as selecionadas pela CBF, e também outro CT no Rio de Janeiro. Foi campeã gaúcha sub-17 com o Pelotas, mas a quantidade de medalhas é grande na coleção de Rubiani.

Hoje ela é estudante de Educação Física. Ainda com a possibilidade de voltar atuar, enxerga o panorama do futebol feminino com um olha crítico: “Houve avanço nos clubes por pressão e exigências externas. Poderia ter ocorrido o mais cedo possível. Mas vejo como grande avanço, oportunidades para as meninas agarrarem e criarmos um cenário mais amplo, com chances melhores, estruturas melhores. Aqui no Sul, Pelotas sempre é referência, mas não é uma capital, não tem tanta estrutura, não tem tantos patrocínios, então, quando Grêmio e Inter entraram na iniciativa, incentiva a enfrentarem as dificuldades. Mas é um distanciamento grande, por preparação, pré-temporada, estrutura, então o Pelotas, que disputava direto ainda com o Duda/Canoas, no mesmo fôlego, no mesmo pique, hoje não é a mesma situação, se comparar com o Inter ou com o Grêmio. Cria-se um abismo entre as realidades”, analisa com precisão.

E qual o recado para as meninas no futebol? “Aproveitar essa nova onda que tem vindo, com visibilidade, transmissão em tv aberta, estrutura, apoio de grandes clubes, porque a gente passa por muita dificuldade nesse sentido, então a gente vê à nossa volta pessoas auxiliando, se dedicando, fazendo seu trabalho e isso incentiva para seguirmos no meio, na carreira, por um lugar que merecemos. Lutamos há muito tempo e aos poucos estamos conseguindo.”

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