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terça, 24 de dezembro de 2024

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Lideranças locais ressaltam a importância do “Levante contra o racismo” no sábado

Lideranças locais ressaltam a importância do “Levante contra o racismo” no sábado
23 julho
10:01 2021

Por Carlos Cogoy

Às 10h20min de sábado no Largo do Mercado, ato “Levante Negro Pelotense contra o Racismo”. A mobilização reunirá diferentes lideranças da comunidade negra, e estará expressando o grito popular antirracista.

Flávio Souza presidiu CODENE

CONSELHO Municipal Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pelotas, está sendo reestruturado. O presidente é o jurista e professor Fábio Gonçalves – coordenador da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Pelotas. Ele menciona sobre a programação do dia 24: “No âmbito de qualquer democracia, a manifestação popular traduz a expressão mais legítima possível, sobretudo quando trata das suas dores e demandas. Manifestar-se contra qualquer tipo de segregação é obrigação de quem anseia por equidade. Neste entendimento ao longo das últimas décadas os diferentes coletivos de organização negra em Pelotas, somados a outros segmentos minoritariamente representados, têm se posicionado, na medida do possível, contra os sistemáticos desvelos que agravam a condição de discriminação, seja em âmbito local, regional ou mesmo nacional. Para a Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados da Subseção Pelotas, as manifestações previstas para o próximo dia 24, cumprem determinante papel no afã da insurgência, contra a postura reiteradamente racista que, tristemente, ainda ecoa nas diversas nuances da sociedade pelotense. Nesse mesmo sentido, o Conselho da Comunidade Negra de Pelotas, que ora se reestrutura, compreende como vital a ocupação dos espaços públicos que possam ser demarcados pelas justas manifestações da sociedade civil organizada, com o objetivo do rompimento da estrutura racista, e o concomitante engrossamento da luta antirracista ainda tão necessária no extremo sul do Brasil, sendo Pelotas locus exemplar a justificar esse tipo de embate”.

Professor Antônio Candiota

COLETIVIDADE – O autor José Batista que recentemente lançou “O Sopapo Contemporâneo – Um Elo com a Ancestralidade”, observa: “Minha contribuição vem com a instrução e o repasse de valores da cultura negra. Não existe a figura do Negro Único, senão, por interesses dos tesouros culturais de idolatrismo. Devemos ser coletividade, mesmo com diferentes compreensões, mas respeitando os espaços de cada um. O racismo é fruto de formações civilizatórias que, moldaram diferenças e abusos. A dor ultrapassa o tempo, o mesmo que persiste no preconceito racial. Então, erguer-se pelos direitos de igualdade, não significa intransigência, mas a busca por respeito e pela empatia na solidariedade social. Temos um trunfo que nos foi omitido, quase roubado, que hoje resgatamos, ‘o conhecimento de nossa história e valores culturais’, profundamente enraizados na formação de toda a sociedade. Somos cidadãos, queremos igualdade, porque somos iguais, enquanto seres humanos, marcados pelas lágrimas que nos aprisionam ainda, em cada gesto racista. Não me considero um negro de movimentos, mas serei sempre um negro em movimento”.

LEGITIMIDADE – Ex-candidato a vereador e prefeito, Flávio Souza também presidiu o Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra do Rio Grande do Sul (CODENE). Ele afirma: “É sinal de extrema ignorância alguém considerar-se melhor por conta da pele branca. Poucos sabem que, além do sangue negro estar em muitos cidadãos, existem os doadores de sangue, onde é grande a quantidade de jovens negros. Por exemplo, quando começam a prestar o serviço militar. Então mesmo no sujeito mais racista, o sangue negro pode estar correndo em suas veias”.

RACISMO é avaliado pelo professor Antonio Ricardo Correa Candiota: “Infelizmente nos dias de hoje, vivemos com a presença dos três formatos de racismo, o individual, aquele em que as pessoas apesar de serem racistas, não admitem, e até falam, ‘eu até tenho amigos negros’, ou ‘sempre tive os negros como iguais’. Outro é o estrutural, que está arraigado no contexto em todos os cantos. Já o institucional é o acúmulo, no interior das instituições, dos dois anteriores. Em vista disso a importância, do Levante Contra o Racismo, se prende ao fato de que precisamos, através de ações efetivas, desconstruir tais instâncias. Com isso, mostraremos que estamos encaminhando combate direto aos processos de racismo. Por essas razões, estaremos na manifestação do dia 24”.

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