Por que 18 de outubro é o Dia do Médico?
Dezoito de outubro é o dia em que a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de São Lucas Evangelista. Os “Quatro Evangelistas” – Mateus, Marcos, Lucas e João – são aqueles autores responsáveis pela compilação dos quatro evangelhos do Novo Testamento. Lucas viveu no século I d.C. Nasceu na Síria e, apesar de ser filho de pais pagãos, foi dedicado companheiro de São Paulo, que lhe ensinou a doutrina cristã e o batizou. Considerado o do amor misericordioso, seu evangelho cita parábolas como a do filho pródigo, do bom pastor, do bom samaritano e a história da conversão do bom ladrão.
Segundo a tradição era pintor, músico e historiador, mas sua atividade principal era ser médico. Estudou Medicina na própria cidade natal. As referências históricas dizem que ele foi um médico bondoso, abnegado e dedicado a seus pacientes. Considerado por seus pares por tais virtudes e intitulado por São Paulo como o “Médico Amado”. Acredita-se que ele morreu aos 84 anos, enforcado pelos pagãos por perseguição religiosa. Não se sabe com clareza se a data 18 de outubro se refere ao seu nascimento ou à sua morte.
Desde o século XV, São Lucas é considerado o Patrono dos Médicos. Muitos países de base cristã adotam esta data como o Dia do Médico. No Brasil, credita-se ao cirurgião paranaense Eurico Branco Ribeiro a iniciativa por volta dos anos 50 ou 60. Havia a necessidade de se fixar uma mesma data nacional dedicada aos médicos, movimento desempenhado pela AMB e entidades de classe. Aqui no RS, foi oficializado o dia 18 de outubro para ser comemorado o Dia do Médico após entendimento entre a AMRIGS e as autoridades governamentais no início dos anos 70.
Hoje, vivemos novos tempos. A ciência, a tecnologia e a inovação têm uma velocidade assombrosa com Inteligência artificial, robótica, fármacos digitais e terapia gênica. É difícil acompanhar o que é o futuro e o que é a realidade. A Medicina mudou, mas será que os médicos também mudaram? As tão exaltadas virtudes de São Lucas – bondade, abnegação e dedicação – aparentemente não são mais tão importantes? A Medicina cura e cura muito. Um antibiótico resolve um processo infeccioso, mas esta pode, e deve, ser uma tarefa adicional de nós médicos: recuperar a aproximação emocional e afetiva entre as pessoas valendo-se de valores como bondade, abnegação e dedicação.
Neste 18 de outubro, peço a reflexão de todos vocês a respeito. Não esqueçam de nossa vocação. Acho que o Dr. Lucas concordaria. Parabéns a todos os médicos!!!
Artigo de Opinião: Presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr