Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

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LIVRO : Ficções vivenciadas e o real inventado

17 novembro
09:12 2021

Nesta quarta às 18h, jornalista Cláudio Schuster autografa novo livro

Por Carlos Cogoy

O poeta encontra na prosa, uma forma de transformar o real em ficção. Na criação literária, também o vivido pode ser uma invenção. Nesse jogo dos contrários, o escritor pelotense Cláudio Schuster apresenta seu primeiro livro de crônicas “Vai dar Merda” (122 páginas). Publicado pela editora baiana Mondrongo, o volume reúne 31 crônicas, e na sexta foi lançado 67ª Feira do Livro de Porto Alegre. Na terra natal, Schuster – radicado em Florianópolis há mais de trinta anos -, realiza o lança-mento hoje a partir das 18h. Em Pelotas, o livro tem desconto de 20%, e está sendo comercializado a R$40,00. Como local, o espaço Alquimia no “Distrito” – rua Santos Dumont 516.

Autor pelotense Cláudio Schuster

PROSA – Jornalista egresso da formação na UCPel, Schuster já publicou seis livros com poemas. Na estreia em pro-sa, seleção das crônicas escritas durante duas décadas. Sobre o livro ele divulga: “No geral, predomina o humor, mesmo nos temas mais melancólicos. Esse humor ajuda a dar uma leveza, sem cair no superficial. São questões cotidianas sobre sexo, relacionamentos, emoções diversas, lembranças, vida e morte, algumas com pitadas políticas. Textos curtos. Gosto da conci-são para tirar o máximo do mínimo e também deixar margem à imaginação de quem lê. Eu parto de uma situação observada ou lembrada para criar com liberdade, colocando a imaginação a serviço de uma boa história. Busco ir além do relato. Me inte-ressa mais o absurdo do que o realismo. A quem me pergunta se passei por aquilo que escrevi, digo que são realidades inven-tadas e ficções vividas”. A versão ebook está nas principais plataformas.

LIVRO – Algumas das crônicas que constam no livro, foram publicadas num Blog de Schuster, que já está desativado. Quatro integraram o livro “Pauta do Dia – coletânea de crônicas de jornalistas”, publicado pela Associação Catarinense de Im-prensa em 2016. Também há textos inéditos. Em destaque, frisa o autor, parceria com o ilustrador Cláudio Duarte que, durante 28 anos atuou no jornal O Globo, e está residindo em Florianópolis. Duarte ilustrou dezesseis das crônicas do livro. Na contra-capa, texto do jornalista e escritor Xico Sá. Já a apresentação é do escritor carioca Leonardo Valente.

VAI DAR – Sobre o título do volume, Schuster acrescenta: “’Vai Dar Merda’ é o título da menor crônica do livro que, em poucas linhas, conta o momento de um homem à beira da morte. Mas também é uma expressão que aparece em outras crôni-cas, de maneira não intencional. Quando li o livro todo, percebi a coincidência e a escolha foi fácil. E no final das contas, aca-bou se encaixando com o momento político do país. Aliás, o projeto do ‘Vai Dar Merda’ foi essencial para a minha saúde men-tal na pandemia”.

PELOTAS – Como curiosidade, diz Schuster, a casa na qual acontece o lançamento. “A grande coincidência é que esta casa já pertenceu aos meus tios por parte de pai, e onde morou também meu irmão mais velho com a família. Eu ia muito lá quando criança e depois, quando vinha visitar os familiares”, diz o autor que não retornava à cidade desde 2019, quando lançou “Beba Poesia – volume 2”, no atelier do irmão Mário Schuster.

COMPOSITOR – Vai dar blues, e o escritor estreia como compositor: “Este ano tenho outra novidade, que será a pri-meira música feita a partir da união de algumas poesias minhas. É um blues, em parceria com o cantor e compositor Marcoliva. Já está em fase de produção e sai ainda este ano. Chama-se ‘Há um blues no fim do túnel’. Aliás, este micro poema virou ca-miseta, que também vai estar à venda no lançamento do livro. Outras músicas virão em 2022”.

OBRA – Pai Theo (21) e Pedro (17), Schuster coeditou, com o jornalista André Petry, o livro “Vidas em Vidas”, quando ainda residia em Pelotas. Posteriormente publicou: Crime Perfeito (publicação do autor /1994); Risco (publicação do au-tor/1997); Bluz (Blocos /1999); Beba Poesia – coletânea com poesias dos livros anteriores e inéditas (Insular/2016); Beba Poesia volume II (Mondrongo / 2019). E o pelotense foi co-roteirista nos documentários: Victor Meirelles – Quadros da História (1996); Um craque chamado Divino (2006), sobre o jogador Ademir da Guia, ambos dirigidos pelo cineasta Penna Filho.

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