CANTO DE CONEXÃO : Kilombo Urbano conta com apoio do Conselho Municipal de Cultura
Por Carlos Cogoy
Imbróglio jurídico envolve a esquina das ruas Benjamin Constant e Álvaro Chaves. O prédio – acessos pela Benjamin Constant e também a rua Álvaro Chaves – que funcionou a Capitania dos Portos da Marinha, está sendo reivindicado por um pretenso proprietário, inclusive com reintegração de posse. No entanto, as contas dos imóveis ainda aparecem em nome da Marinha. Diante do abandono, há cinco anos, o local foi ocupado por estudantes e lideranças de movimentos comunitários. Para debater a trajetória e futuro do Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão que, além de consolidar-se como referência de ações artístico-culturais, também desenvolve ações solidárias, como a distribuição semanal de duas centenas de refeições a moradores do entorno e famílias em situação de vulnerabilidade, nesta terça às 19h, numa iniciativa da vereadora Carla Cassais (PT), acontece audiência pública na Câmara Municipal.
MARINHA ainda não informou sobre a condição jurídica do local. Entre as questões que estão em aberto, qual o parâmetro jurídico para, há trinta anos, ocorrer uma “permuta” da área com um empresário local? Também é possível questionar se, a exemplo do que é verificado nas contas atualmente, durante o período no qual, esteve em atividade, uma escola infantil e, posteriormente, um lar de idosos, as contas ainda estavam em nome da Marinha? Então, quem pagou? Ou a dívida se acumula? O empresário beneficiário da permuta negociou o espaço em 2008. Como os indícios apontam, a ideia era que o prédio fosse negociado com a UFPel, num período no qual a compra de terrenos, intermediados pela então Fundação Simon Bolívar, desencadearam escândalos.
CONCULT – O Conselho Municipal e Cultura (CONCULT), através da presidenta Daniele Behling Luckow (UCPel), expressa apoio ao Kilombo Urbano. O documento será apresentado na audiência pública. Trecho: “O Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão cumpre muito mais, como se fosse pouco, do que uma função social e assistencial fundamental ao estender sua mão solidária à comunidade carente de seu entorno. Ali, se revive diariamente o milagre de transformar em realidade a utopia de uma sociedade mais fraterna e mais justa. Ali também é um pólo cultural que aglutina e revela uma ampla gama de expressões mais variados segmentos criativos de nossa cidade, sendo o palco livre e aberto para as mais diversas manifestações artísticas que, com essa tradição, se sintonizam, se identificam, se reconhecem”.