Diário da Manhã

Ainda sem sede para ensaios, o grupo também arrecada roupas e alimentos

Por Carlos Cogoy

Servente, ex-monitora em escolas, Marta da Luz Neves é mãe de quatro filhos, e reside na zona norte. Há vinte anos, atendendo a sugestão de alunos residentes no Pestano, que pediam alguma atividade artístico-cultural, ela idealizou o Grupo de Dança Renovação. No domingo, 28 de agosto, a iniciativa que surgiu como prevenção ao envolvimento de jovens com a violência, comemorou duas décadas. Após períodos nos quais os encontros e ensaios, aconteciam em escola pública, e também no SEST/SENAT – grupo contava com transporte da então empresa de ônibus Conquistadora -, o “Renovação” retomou a primeira fase, e as atividades são na residência da coordenadora Marta. As dificuldades para manter o projeto, no entanto, não impediram apresentações no Rio de Janeiro, Porto Alegre e municípios da região. Além disso, com a pandemia, o grupo consolidou as campanhas solidárias, atendendo dezenas de famílias. Marta observa que se mantêm as parcerias com a ONG Anjos e Querubins, coordenada por Ben Hur Flores, e o Projeto Jovem Atleta (PJA), idealizado por Carlos Oliveira, e mais recentemente a Central Única das Favelas (CUFA) – liderada por Sandro Mesquita – e grupo Girassol. Mas, para que o projeto possa expandir e atender, adequadamente, as crianças, jovens e familiares, prossegue a necessidade uma sede.

SEDE PARA O GRUPO – O Renovação começou com nove meninas. Proporcionando oficinas de dança afro e street dance, em vinte anos já passaram em torno de trezentos jovens. Um local apropriado para as oficinas, palestras e campanhas, depende de parcerias. E uma ideia, conforme Marta, seria a construção de algumas salas na área pública municipal, à rua 15 do Pestano. Trata-se de ginásio, ao lado do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). “Quem sonha tem futuro, e nós seremos resistência até o fim”, diz Marta Neves, que já foi agraciada com o “Movimento – prêmio de reconhecimento da Cultura Popular”, da Secretaria Municipal da Cultura, e atualmente cursa o terceiro semestre de sociologia.

PARTICIPAÇÃO – Laerte é jovem cadeirante, que participa dos ensaios e apresentações do Renovação. De acordo com Marta, desde o princípio, o projeto teve compromisso com a inclusão. Assim, também acolhe jovens com Síndrome de Down. Na trajetória, coreografias como “Pérola Negra”, “Banho de Lua” e “Flor do Reggae”, entre outras, já foram apresentadas em escolas do Pestano, Bairro Getúlio Vargas (BGV), e também no Theatro Sete de Abril, Fenadoce, Feira do Livro e Theatro Guarany. O grupo também participou, com coreografias, de entidades carnavalescas como a Escola De Samba Mirim Ramirinho. Aos sábados, as aulas e ensaios, acontecem das 14h às 17h. Informações via WhatsApp: (53) 9 9175.0710.

SOLIDARIEDADE – Até a pandemia, o Renovação, diante da necessidade de algum integrante, reunia-se e arrecadava material. Era a Cesta Básica da Amizade. Com a pandemia, e o aumento de necessitados, a ideia foi ampliada à comunidade. Ano passado, com apoio da CUFA, houve a distribuição de alimentos. Neste ano, o vale-gás. Também roupas e brinquedos, têm sido arrecadados com apoio de instituições como o colégio Gonzaga e Ecosul, bem como centros espíritas. Semanalmente, nas manhãs de sábado, informa Marta, acontece a distribuição de roupas e material de higiene. No cadastro, estão cinquenta famílias. Já os alimentos, são oferecidos quando há doações disponíveis.