Estado mantém vigilância sobre casos de febre maculosa
O governo do Estado, por meio das secretarias da Saúde (SES) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), está monitorando os casos da febre maculosa no Rio Grande do Sul. A doença, causada por bactérias do gênero Rickettsia, pode acometer humanos e animais e sua transmissão se dá pela picada de carrapatos infectados.
Em nota conjunta divulgada na noite desta quinta-feira (15/6), a SES e a Seapi reforçam que a forma potencialmente letal de febre maculosa nunca foi registrada no Estado. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2007 e 2022, foram confirmados 17 casos, sem nenhum óbito. Até o momento, em 2023, não há confirmação de casos.
É importante ressaltar que no Brasil existem dois tipos de febre maculosa. Um deles, com alto potencial de letalidade, é causado pela espécie Rickettsia rickettsii; o outro, mais brando e não-letal, é causado pela espécie Rickettsia parkeri. A forma potencialmente letal ocorre principalmente na região Sudeste do Brasil e, eventualmente, no Paraná. São Paulo concentra a maioria dos casos letais, em que as pessoas apresentam febre e manchas hemorrágicas pelo corpo.
Apesar de comum em quase todo o Brasil, o carrapato Amblyomma sculptum, chamado de carrapato-estrela e que transmite a febre maculosa, por questões climáticas, não é encontrado no Rio Grande do Sul. No Estado, a transmissão da doença está associada a outras espécies de carrapatos do gênero Amblyomma, encontradas em animais silvestres e, ocasionalmente, em cães e gatos.
No Rio Grande do Sul a febre maculosa não tem perfil de ocorrência em área urbana. A maior parte dos casos foi registrada em pessoas que frequentaram áreas de mata densa, trabalhando ou fazendo atividades de caça e trilha.
Além disso, o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) não apresenta qualquer risco de transmitir a doença para o ser humano. O carrapato do cão (Rhipicephalus sanguineus), comum nas áreas urbanas, também não tem sido considerado como vetor relevante da febre maculosa.
Dicas
A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
O Ministério da Saúde indica que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, diz o ministério, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva.
Outra indicação da pasta é que pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.
Em visita a áreas de risco, o ministério alerta para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos sobre suas roupas ou pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente para reduzir o rico de transmissão da doença. Segundo o ministério, é importante atentar-se inclusive para os micuins, a forma jovem do carrapato e que são mais difíceis de serem visualizados, mas também podem transmitir a doença.
Caso encontre carrapatos aderido ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirar o bicho. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informa o ministério.
Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
Sintomas
Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente à febre, dor pelo corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. Por isso, é importante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profissional seja informado de que a pessoa esteve em região de risco para a doença ou com incidência de carrapatos. A procura pelo serviço médico deve ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada pelo carrapato infectado.