Museu do Doce aprova projeto no Edital do Programa do Patrimônio Imaterial do Iphan
O projeto foi contemplado com recursos, sendo o único do Rio Grande do Sul a ser aprovado. A UFPel está providenciando as solicitações do Iphan para assinar o convênio para a chegada dos recursos ainda em 2023
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel), através do Museu do Doce, aprovou projeto no Edital do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) 2023, direcionado a projetos que tivessem o objetivo de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. O projeto concorreu na linha direcionada a iniciativas de apoio e fomento aos bens inscritos em um dos Livros de Registro do Iphan.
A proposta aprovada, denominada “Produção, reprodução cultural, valorização, difusão e fomento da Tradição Doceira de Pelotas e Antiga Pelotas (Arroio do Padre, Capão do Leão, Morro Redondo, Turuçu)/RS”, busca mobilizar diversos atores e instituições objetivando valorizar, difundir e fomentar a tradição doceira de Pelotas e Antiga Pelotas (Arroio do Padre, Capão do Leão, Morro Redondo, Turuçu).
Nessa perspectiva, as ações desenvolvidas no âmbito desse projeto buscarão valorizar o conhecimento já produzido sobre as tradições doceiras, a partir de atividades em espaços formais e não formais de ensino e educação, além de diferentes formas de comunicar esse saber-fazer doceiro.
Os detentores desses conhecimentos são foco do projeto, na medida em que serão chamados a protagonizar essas ações, com destaque àqueles ligados aos saberes relativos à produção e reprodução dos doces de frutas (coloniais) e doces de bandejas, buscando-se integrar exemplos que ficaram à margem do Inventário já realizado, principalmente os da periferia da cidade e moradores dos quilombos.
Dentre as estratégias propostas estão definidos o mapeamento participativo de doceiras e doceiros, a produção de materiais bibliográficos, audiovisuais, sonoros e outros, acessíveis, relativos à tradição doceira da região, ações educativas, além da organização de exposição museológica, explorando recursos assistivos, bem como a elaboração de aplicativos e outras ferramentas ligadas às tecnologias de comunicação.
As ações do projeto serão desenvolvidas a partir do Museu do Doce da UFPel e de equipes da Universidade em parcerias com atores locais que estejam diretamente vinculados a esses saberes-fazeres tradicionais. Temas caros à história local e que atravessam as tradições doceiras estão no centro dessas iniciativas, tais como o histórico local de imigração, as relações das tradições doceiras com o contexto histórico, social, natural e cultural, com destaque para questões relativas às influências da cultura africana na religiosidade local e doces utilizados como ofertas nesses contextos de espiritualidade.
A metodologia a ser utilizada é a participativa, em que os sujeitos serão co-produtores do conhecimento produzido.
O projeto foi contemplado com recursos na linha que concorreu, sendo o único do Rio Grande do Sul a ser aprovado. A UFPel está providenciando as solicitações do Iphan para assinar o convênio para a chegada dos recursos ainda no ano de 2023.
A atividade tem o apoio de Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão, Comunidade Quilombola do Algodão, Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, Cooperativa das Doceiras de Pelotas, Iya Sandrali de Oxum e Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas.
A submissão da proposta foi liderada pela diretora do Museu do Doce, professora Nóris Leal e equipe, juntamente com o Setor de Convênios e Contratos da UFPel, com mediação da Coordenação de Arte, Cultura e Patrimônio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Prec).