1.500 na Arena : Xavantes insatisfeitos
Brasil se sente desconfortável com espaço reduzido na Arena do Grêmio
A diretoria do Brasil está insatisfeita com a destinação de apenas 1.500 ingressos para a torcida xavante na Arena na partida desta quarta-feira pelas semifinais do Campeonato Gaúcho. A restrição de espaço para os rubro-negros é uma determinação da Brigada Militar. “Não é compreensível que num estádio com capacidade para 60 mil pessoas, a torcida visitante tenha direito a apenas 1.500 ingressos. Isso está nos causando um grande desconforto”, afirmou o vice-presidente de futebol, Cláudio Montanelli.
Numa tentativa de aumentar o número de ingressos para os rubro-negros na Arena, o presidente Ricardo Fonseca e o diretor executivo Ricardo Marin viajam na manhã desta terça-feira para Porto Alegre. A alegação é que em Pelotas, quando foi realizado o jogo da fase classificatória, o Brasil destinou espaço para 3 mil torcedores do Grêmio. Agora, a intenção é ter tratamento semelhante na Arena, especialmente considerado a capacidade do público no estádio gremista, que é pelo menos cinco vezes maior do que no Bento Freitas. O valor do ingresso é R$ 40,00.
A delegação do Brasil também segue nesta manhã para Porto Alegre. O último treino antes da decisão é possível que ocorra no Parque Gigante. O técnico Rogério Zimmermann depende do departamento médico para definir a escalação do time. Túlio Souza, Cleiton e Rafael Forster saíram do jogo passado acusando desgaste muscular. Túlio teve que ser substituído por Márcio Hahn ainda no primeiro tempo. Ricardo Bierhals e Ricardo Schneider devem seguir na zaga.
Artilheiro
A melhor defesa do Campeonato Gaúcho, com apenas seis gols sofridos em 16 partidas, terá o desafio de parar o melhor ataque da competição na partida desta quarta-feira, às 19h30, na Arena. O Grêmio marcou 31 gols (o mesmo número de gols feitos pelo Inter) e conta com o artilheiro do Gauchão. O argentino Barcos já balançou a rede adversária em 12 oportunidades. Só na partida de domingo diante do Juventude, ele marcou três vezes.
O técnico Enderson Moreira deve repetir a escalação do jogo passado para o duelo com o Brasil.
Lembrança de vitória histórica
A façanha rubro-negra de 9 de maio de 1998 serve de inspiração para o confronto decisivo desta quarta-feira na Arena. Há 16 anos, o Brasil derrotou o Grêmio por 2 a 1 no Olímpico em jogo decisivo pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho. Uma reposta ao técnico Sebastião Lazzaroni, que, após a partida de ida do confronto – empate por zero a zero no Bento Freitas – insinuou que os xavantes estavam “dopados”.
O presidente do Brasil era Cláudio Montanelli (atual vice de futebol do clube), que seguidamente recorda dessa vitória no Olímpico. “É claro que aquele momento serve de inspiração, porque de certa maneira nosso presente é construído a partir do nosso passado”, afirma.
Os gols do Brasil foram marcados por Cléber Gaúcho e Taílson; Marco Antonio descontou para o Grêmio. O Xavante (treinado por Hélio Vieira) teve Cássio; Marquinhos, Ademir, Wladimir e Silvan; Valdir, Pino, Murilo (Vélton) e Josias; Luiz Gustavo (Cléber) e Tailson (Nede). O Grêmio jogou com Danrlei; Dário (Marco Antonio), Rivarola, Rodrigo e Roger; Fabinho, Goiano, Ailton (André Silva) e Ronaldinho; Beto e Guilherme.
Bate Pronto por Caldenei Gomes
Os melhores
Não houve surpresa nas quartas de final do Campeonato Gaúcho. As semifinais terão a legítima participação das quatro equipes que mais pontuaram no decorrer da competição. Teve a classificação dramática do Caxias, que saiu perdendo por 2 a 0, reagiu e buscou o empate diante do Veranópolis. A definição da vaga só ocorreu depois de 20 cobranças de pênaltis. Mas seguiu em frente o time que ganhou seis dos últimos oito jogos no Gauchão.
O Internacional confirmou o favoritismo diante do Cruzeiro – mesmo sem ser brilhante. O Brasil venceu o Novo Hamburgo com autoridade, ressaltando suas virtudes: solidez defensiva, precisão na bola parada e objetividade na hora de atacar. Já o Grêmio passou de maneira tranquila pelo Juventude, na Arena.
A Dupla Gre-Nal tem o favoritismo natural nas semifinais. Mas há o risco do jogo único. O Inter joga em Novo Hamburgo – uma esperança para o Caxias. Já o Brasil tem feito tanto neste campeonato que não é de duvidar que protagonize a grande surpresa desta fase final do Gauchão.
Mais um gol na bola parada, com a cobrança de falta por Rafael Forster (foto). Se já tinha dado sete assistências para gols, o lateral desfrutou, sábado, da honra de colocar a bola na rede. Um chute potente da entrada na área, encontrando um espaço entre os jogadores da barreira do Novo Hamburgo. Forster foi ainda o principal jogador da partida, lembrando suas grandes atuações na reta final da Divisão de Acesso do ano passado.
Em dois jogos, a dupla formada por Ricardo Schneider e Ricardo Bierhals não permitiu que ninguém se lembrasse dos ausentes Cirilo, Evaldo e Fernando Cardozo. Luiz Müller cresce nos momentos decisivos. Mas outra vez o destaque foi o coletivo da equipe. O craque do time é Rogério Zimmermann. Idolatria que se confirma a cada volta olímpica ao final dos jogos.