Rio Grande do Sul retoma 3º lugar no ranking de estados exportadores
A maior parte da supersafra de 13 milhões de toneladas de soja de 2014 ainda está armazenada nos silos, porém a colheita recorde da oleaginosa já mostra efeitos positivos na balança comercial de maio. Depois de quatro meses oscilando entre a 5º e a 6ª colocação no ranking nacional de estados exportadores, o impacto das vendas do grão no mercado internacional colocou o Rio Grande do Sul de volta ao 3º lugar, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.
“E ainda tem muita soja para entrar em junho e julho”, alerta o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Guilherme Risco, responsável pela pesquisa divulgada nesta terça-feira (24), na sede da FEE. Risco acredita em uma tendência positiva no indicador para os próximos meses.
Apesar de ter retomado a posição com que fechou o ano de 2013, o Rio Grande do Sul teve perdas em valor e volume dos produtos vendidos no mercado internacional. “Todos os Estados estão caindo, assim como o indicador do Brasil”, justifica o economista.
O valor nominal das exportações em maio foi de US$ 2 bilhões, o que representou 9,47% do total de vendas externas do Brasil.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2014, o Estado ainda aparece como o 5º maior exportador do país, sendo superado, além de São Paulo e Minas Gerais, por Rio de Janeiro, Mato Grosso e Paraná. Neste período, as exportações acumularam US$ 6,9 bilhões, representando 7,63% das vendas nacionais ao mercado externo.
Mas uma vez, a soja é parte importante da explicação. Dos quase US$ 1,5 bilhão que a commodity rendeu à balança comercial gaúcha de janeiro a maio, quase a metade (US$ 795 milhões) se concentrou neste último mês.
Enquanto a soja representa 95% das exportações do agronegócio em maio, esse setor teve sua participação ampliada de 26,48% nos cinco primeiros meses para 42.69% em maio. “O impacto é muito grande”, completa Risco. Como consequência, o maior comprador de soja gaúcha, a China, também contabilizou em maio uma fatia bastante superior à média dos cinco primeiros meses de 2014 (22,85%), chegando a 40,27%.
Alimentos e derivados de petróleo se destacam na indústria
Responsável por aproximadamente um terço das vendas internacionais da indústria de transformação do Rio Grande do Sul, o setor alimentício mostra um resultado positivo no acumulado dos primeiros cinco meses de 2014, fechando o período com quase um milhão de dólares a mais comercializado no estrangeiro em referência a janeiro e maio de 2013.
Em maio, isoladamente, porém, esse setor teve queda de US$ 32 milhões.
Outra alta importante, segundo o economista, é a de exportações de derivados de petróleo, que acumulou vendas externas de US$ 78 milhões de dólares a mais quando comparados os primeiros cinco meses de 2013 com os de 2014. Isolando maio, essa diferença é de US$ 73 milhões.
A importância dos derivados de petróleo na pauta exportadora gaúcha vem aumentando nos últimos anos. “Antes esse setor não representava nem 1%, nos primeiros cinco meses de 2013 chegou a 3,11% e agora está em 4,97%”, exemplificou Risco. O destaque negativo da indústria coube ao setor automotivo, atingido pelas restrições à compras internacionais da Argentina.