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Funcionários do Sanep protestam acorrentados

Funcionários do Sanep protestam acorrentados
08 julho
10:00 2014
GREVISTAS radicalizam no protesto e além do barulho das cornetas também se acorrentam em frente à prefeitura

GREVISTAS radicalizam no protesto e além do barulho das cornetas também se acorrentam em frente à prefeitura

No dia do aniversário da Cidade, grevistas mantêm protesto barulhento e se acorrentam para tentar sensibilizar prefeito Eduardo Leite que não quer recebê-los enquanto a greve for mantida.

A segunda-feira em Pelotas foi marcada por momentos de comemorações e confraternizações pelos 202 anos da Cidade. E também por protestos de alguns “filhos” da Princesa que não estavam na ordem do dia dos gestores municipais responsáveis pela festiva programação. Os servidores do Sanep, que ontem completaram 50 dias de greve, estão dentre os “excluídos”, que protestaram contra o que denominaram “descaso” do Poder Público Municipal não apenas para com seus servidores, mas também os familiares desses e com a população.

“É uma vergonha, o prefeito não quer conversar, está atropelando um direito constitucional dos trabalhadores”, reclamou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais do Saneamento de Pelotas (Simsapel), Renato Abreu.

Na tarde de ontem, o sindicalista acompanhava o “barulhento” protesto dos grevistas, nas proximidades da prefeitura. Mas não era só isso. Enquanto alguns servidores em greve “assopravam cornetas”, outros permaneciam acorrentados em frente ao prédio da prefeitura. No inicio da tarde, nove funcionários, de setores diversos da autarquia, faziam o turno inicial do protesto, que deverá continuar nesta terça-feira.

No grupo dos acorrentados, o motorista José Luiz Barr; os instaladores Ricardo Garcia, Igor Duarte e Odair Leivas; a operária Michele Ortiz; o operário Álvaro Vila Nova; a telefonista Fabiane Santos; as escreventes Bianca Semper e Cátia Amaral. Todos revoltados com a atitude do prefeito Eduardo Leite, que se recusa a receber a direção do Sindicato enquanto for mantida a greve.

PRESIDENTE do Simsapel, Renato Abreu

PRESIDENTE do Simsapel, Renato Abreu

“Não somos só nós, os servidores, que estamos pagando o preço pela intransigência do prefeito. A população também está”, aponta Cátia Amaral, atingida pela decisão dos gestores, que cortaram o ponto e vale-alimentação dos grevistas, que não receberam os salários e o benefício referente ao mês de junho, além de horas extras do mês anterior ao início da greve. O Sindicato tenta via Justiça reverter a decisão dos gestores municipais.

“Todas as atitudes do prefeito demonstram claramente sua intenção de cercear o direito de greve. O intuito da prefeitura é que os servidores retornem imediatamente ao trabalho, sem a garantia dos dias parados, como já foi escrito em ofício ao Sindicato, pois sabem que os trabalhadores que recebem salários baixos não possuem nenhuma reserva financeira para que possam se sustentar”, declara o presidente do Sindicato, lembrando que até a possibilidade de conseguir empréstimos consignados junto aos bancos foi cancelada pelos gestores municipais.

Ainda de acordo com Abreu, alguns servidores que recebem salários mais baixos e integram o movimento grevista estão sendo auxiliados com a distribuição de sacolas de mantimentos doadas pelo movimento sindical.

DIFERENÇA – Desde o inicio das negociações, os servidores estão pedindo 12,7% de reajuste, nos salários e no vale-alimentação. Num primeiro momento, a direção do Sanep acenou com 5,73%; depois, mudou para 6%.  E não foi aceito pelos servidores, que em assembleia decidiram pela greve. A greve atual supera a paralisação de 2012, quando os servidores paralisaram os serviços durante 11 dias. E não obtiveram nenhuma conquista.

 

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