Reações distintas : Xavantes celebram triunfo em Itu e paulistas tentam justificar tropeço
A vitória do Brasil diante do Ituano, sábado, por 1 a 0, teve reação distinta. Em Pelotas, a comemoração entusiasmada dos torcedores rubro-negros; em Itu houve a critica ao modelo de jogo da equipe gaúcha. A verdade é que o Xavante venceu aquele que se apresentava como o jogo mais difícil da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série D. Não apenas por ser a estreia, mas também pelo retrospecto recente do adversário: campeão paulista de 2014.
A recepção calorosa da torcida aos jogadores na noite de domingo chegou a surpreender o experiente goleiro Eduardo Martini. “A gente ouve falar muito da torcida do Brasil, mas jogando contra não se tem a noção do que é. Quando dobramos a esquina ali e eu vi eles (torcedores), fiquei assim boquiaberto”, comentou o jogador na entrevista coletiva.
Se a vitória gera comemoração, a derrota por vezes produz efeito inesperado. O site oficial do clube de Itu estampou que o “Ituano perdeu para o antifutebol”, salientando que o Brasil fez muitas faltas na partida. Eduardo Martini entende que não há necessidade de responder aos paulistas. “É uma questão até cultural. Nosso futebol é de mais marcação. Mas em momento nenhum fomos desleais… Eles que fiquem com o futebol deles, que nós vamos morrer abraçados com nossa forma de jogar”, completou.
O próximo jogo será domingo, às 16h, em Gravataí, porque o Brasil terá que cumprir pena da perda do mando de campo de uma partida por causa incidente ocorrido em 2012. Se vencer o Cabofriense, o Xavante estará igualando a melhor arrancada em Brasileiro, que foi na Série C de 2006, quando venceu Criciúma (3×2) e Novo Hamburgo (2×0) nas duas primeiras rodadas.
Grande vitória
Vencer o campeão paulista fora de casa é resultado expressivo. E não que seja um fato isolado e único. É a demonstração de que o Brasil preserva as virtudes, que o transformaram no melhor time do interior do Rio Grande do Sul no último Gauchão. Segue com o sistema defensivo consistente (é difícil fazer gol no Brasil, independente de quem seja escalado na defesa) e personalidade para jogar com a posse de bola, além da objetividade para atacar.
Na medida em que vai segurando o adversário e o tempo passa, os espaços acabam surgindo e, desta maneira, o Brasil tem contabilizado vitórias importantes longe do Bento Freitas. Desta vez, a bola parada, que é mérito de quem a treina, decidiu o jogo – independente se Cirilo tocou ou não na bola. Se marcar é fazer antifutebol e jogar “por uma boa” é falta de capacidade, justificar derrota desta forma é não ter argumento para explicar o tropeço.
A cidade em que ganhou destaque nacional na década de 80, com o filme o “Homem de Itu”, dirigido por José Miziara, se rendeu a grandeza do Brasil.
Antifutebol
No site do Ituano: “Aconteceu o que se previa no jogo de estreia do Ituano na Série D do Campeonato Brasileiro. A equipe gaúcha do Brasil fez marcação forte, com muitas faltas e jogou por uma bola. Assim o Ituano perdeu por 1×0 no Novelli Jr sofrendo gol aos 35 do 2º tempo numa cobrança de falta onde Samuel foi empurrado no lance…” O título da matéria: “O Brasil perdeu para o antifutebol”.
O que é chamado de “antifutebol” pelo clube paulista fez mais do que a derrota do Ituano na estreia na Série D. Causou a demissão prematura do técnico Fahel Junior, que foi contratado justamente para a competição nacional. Ou seja, dirigiu o time em apenas uma partida: perdeu e caiu!