Com duas rodadas de antecedência se definiu a classificação no Grupo A7 do Campeonato Brasileiro da Série B. As duas vagas nas oitavas de final são de Brasil e Ituano. Os dois estão igualados com 13 pontos e os jogos restantes terão a finalidade de definir quem fica com a primeira colocação. O Xavante tem a vantagem de possuir dois jogos pela frente: Cabofriense e o próprio Ituano. Já o time paulista só tem a partida do dia 21, no Bento Freitas.

A vitória do Ituano contra a Cabofriense, sábado, no Novelli Junior, em Itu, por 4 a 2, deixou o Brasil a um empate da classificação matemática para a segunda fase. Mesmo sem jogar bem, diante de um grande público, domingo, no Bento Freitas, o time rubro-negro administrou o empate por zero a zero e garantiu a vaga.

O empate fez com que o Brasil perdesse o posto de segunda melhor campanha na classificação geral. Com 72% de aproveitamento, o Xavante está atrás de Londrina (80%), Confiança (77%) e Porto de Caruaru (77%) e ao lado do Jacuipense. Os dois jogos restantes serão a possibilidade de melhor o índice de aproveitamento e assim garantir a vantagem de enfrentar um adversário com percentual baixo nesta primeira fase. Pelo desempenho atual, o adversário seria o Moto Clube do Maranhão.

Equipe administrou empate

Não foi uma boa apresentação do Brasil. O empate por zero a zero com o Maringá, no Bento Freitas – com o adversário tendo um jogador a menos desde os 21 minutos do primeiro tempo -, poderia até ser frustrante. Isso se o resultado não tivesse sido suficiente para a classificação antecipada. Mas valeu a vaga na segunda fase. E desta maneira as vaias da torcida foram exageradas.

“Estamos a quatro jogos da Série C”, destacou o técnico Rogério Zimmermann, que ficou contrariado com o comportamento da torcida. Ele considerou injustas as vaias e gritos em coro, chamando por Luiz Müller, ex-goleiro do time, contra Eduardo Martini. Isso porque o camisa 1 retardou uma cobrança de tiro de meta – inclusive, atendendo a uma ordem do treinador para que forçasse o recebimento do terceiro cartão amarelo.

Apesar de não jogar bem, as principais chances de gol foram criadas pelo Brasil. No primeiro tempo, aos 10 minutos, Nena desperdiçou boa oportunidade de abrir o placar, depois de cruzamento de Rafael Forster. Na segunda etapa foi a vez de Alex Amado carimbar o poste numa das raras jogadas de troca de passes do ataque rubro-negro.

O Maringá foi dedicado, mas não teve força para criar lances de perigo na área do Brasil – exceto a uma cabeçada de Eydison, aos 24 minutos do primeiro tempo, em que Rafael Forster tirou a bola quase sobre a linha.

Brasil não jogou bem, mas garantiu classificação antecipada
Foto: Alisson Assumpção/DM

Classificação e vaias

Foram injustas e despropositais as vaias da torcida do Brasil ao final do jogo contra o Maringá, domingo, no Bento Freitas. É verdade que o empate por zero a zero gerou certa frustração pelo fato de o time xavante ter um jogador a mais em campo desde os 21 minutos do primeiro tempo, quando Zé Leandro foi expulso. O time rubro-negro não jogou bem, errou demais e não soube tirar proveito da chamada “vantagem numérica”. Mas e daí? Isso tudo é insignificante diante da classificação antecipada, com duas rodadas de antecedência.

Se o jogo não estava bom e o adversário, valente, não se entregava em campo, nada mais natural do que administrar o resultado que assegurava a vaga na segunda fase da Série D. Até por que, se tonasse um gol e perdesse a partida, toda a argumentação sustentada a partir da classificação antecipada ficaria sem sentido.

Os gritos uníssonos de “Ah, Luiz Müller!”, quando Martini demorou alguns segundos para cobrar um tiro de meta, tornou-se uma injustiça do tamanho da paixão da torcida xavante. O goleiro cumpria uma ordem do treinador para que forçasse o terceiro cartão amarelo. Afinal, com a classificação garantida, o momento é apropriado para “limpar a ficha” dos jogadores pendurados com dois cartões.

Pergunta

Rogério Zimmermann desafiou os torcedores – aqueles que vaiaram o time – para que comparecessem ao Bento Freitas, nesta segunda-feira, a fim de responder a ele a pergunta: “O que você do Brasil?”. E alertou, se torcedor querer um time que seja uma máquina, que se associem então ao Barcelona. Também alfinetou: “Nossa, o que tem de time por aqui que joga bem e perde sempre, perde sempre. O meu time é ruim, o meu time é de segunda divisão, mas o meu time ganha…”

Mas o dado mais impressionante repassado pelo treinador na entrevista coletiva é que nos últimos dois meses (julho e agosto) os jogadores do Brasil receberam apenas 750 reais cada um deles. Algo que escancara a dificuldade financeira do clube.

Logo ali

O Brasil tem ainda dois jogos nesta primeira fase da Série D: contra Cabofriense, em Cabo Frio; e Ituano, no Bento Freitas – este último jogo pode valer a primeira colocação do Grupo A7. São partidas que servem para fazer com que a equipe fique entre os primeiros colocados na classificação geral, garantindo as vantagens de decidir em casa o confronto mata-mata das oitavas de final e pegar um adversário com aproveitamento baixo.

Mas olhando logo ali na frente, o Brasil está a quatro jogos da tão desejada vaga na Série C. Já classificado, o Rubro-Negro está entre os 16 melhores times da competição e, passando por duas etapas eliminatórias, já terá garantido o acesso. E tem ainda a defesa menos vazada da competição, com três gols – junto com Brasiliense e Porto.

Grupo A7