LUZ PARA TODOS : A homossexualidade como expiação
Prossegue hoje (12/9) às 20h, o ciclo de palestras “Luz para todos” do Centro Espírita Jesus – Praça José Bonifácio nº 52
Por Carlos Cogoy
Homossexualidade é a temática do ciclo “Luz para todos” neste ano. Nesta sexta acontecerá a palestra “Reflexões sobre a homossexualidade na visão espírita”. A abordagem será do psiquiatra e escritor Sérgio Lopes, que preside a Associação Médica Espírita de Pelotas. Está programada apresentação artística com o grupo Pazear. O ciclo é gratuito, mas organizadores sugerem a doação de quilo de alimento. Apoiadores: Liga Espírita Pelotense (LEP); Federação Espírita/RS; Programa Terceiro Milênio; Associação Médica Espírita de Pelotas; TVC; Organização Pelotense de Proteção ao Adolescente e a Criança (OPPAC); Diário da Manhã; rádio Concórdia; Comunidade Terapêutica Renascer; Comunidade Terapêutica Santa Fé e Cred Nova Aliança. Programação completa pode ser conferida no site: centroespiritajesus.org
FAMÍLIA – Na segunda-feira, Edmilson Ferreira (Sociedade União e Instrução Espírita), palestrou sobre “Homossexualidade e a relação em família”. Na abordagem ele mencionou a interpretação espírita da sexualidade, família, reencarnação, Freud e as “necessidades expiatórias”. No evento houve apresentação do grupo vocal da Comunidade Terapêutica Renascer. Em relação à trajetória da família, Edmilson explanou: “Na convivência primitiva, prevaleciam os diferentes instintos do homem e da mulher. Quando a mulher estava no período menstrual, eles nem se encontravam. Mas houve evolução e o convívio também foi sendo pautado pela razão e emoção. Com isso, apareceram os problemas. Creio que se tivéssemos permanecido apenas na fase instintiva, provavelmente não teríamos tantos erros. Mas foram se desenvolvendo outras necessidades. Assim, além do âmbito material, o querer estar junto e compartilhar. E nas relações, observamos que, por vezes prepondera mais a emoção ou mais razão. Com isso, geralmente os reveses, dores, constrangimentos e afastamentos. O que orienta para a busca do equilíbrio. A família decorrente de objetivo comum, como processo de evolução natural, e sustento da prole, também mostrou-se como necessidade de espíritos que se agrupam para aparar arestas. Então ao juntar escovas de dentes, buscando ajuda mútua, percebeu-se a aproximação de desafetos. Mas os laços consanguíneos são para vencer endividamentos. A família, num todo, é escolhida por nós, feito ‘programação reencarnatória’. É descabido alguém dizer ‘Não pedi pra nascer nessa família’. Estamos no lugar e hora certos. O acaso não existe e escolhemos os espíritos para conviver. Então na família o princípio maior deve ser a união perante adversidades. A família precisa se conhecer, superando desacertos emocionais entre irmãos e questionamentos do casal”.
SEXUALIDADE – O palestrante também mencionou: “Freud identificou como sexual os primeiros ímpetos da amamentação. Há troca de energia, permuta entre o bebê e a mãe. A psicanálise também chama atenção para o reflexo no outro do que convencionamos em nosso íntimo. A exemplo, os pais que idealizam os filhos, projetando desejos que não conseguiram concretizar. Mas na família a relação deve ser pela busca da felicidade”. Edmilson citou que “o ser foi criado para amar”, e afirmou que o sexo é “uma concepção do espírito, não se restringindo à reprodução. A sexualidade oportuniza também simbiose de energia. Então permutamos e desfrutamos as paixões deliberadas, procurando atingir no futuro o que chamamos de amor”.
EXPIAÇÃO – Na questão 200 do Livro dos Espíritos – publicado em 1857 -, Allan Kardec pergunta se os espíritos têm sexo. A resposta é: “não como imaginais”. Edmilson acrescentou: “A referência é a convenção natural, mas a ligação com o corpo físico serve para vivenciar expiações. Na ‘elasticidade’, qual a melhor escolha, masculino ou feminino? Pouco importa a resposta, pois será proporcional às necessidades expiatórias. O sexo está gravado a partir do espírito. Embora a convenção é que esteja associado com a mente, conforme a doutrina o sexo provém do espírito. Mas alguns conflitos interiores derivam do contraste entre o corpo físico e a dimensão psicológica. Em 1869 foi criado o termo homossexual, designando anormalidade. Em 1985, a homossexualidade foi desconsiderada como enfermidade. No enfoque espírita, trata-se de ‘encaixes expiatórios’. Somos individualidades e não estamos aqui para punir os outros. Nossa evolução acontece através de vitórias íntimas e pessoais. Sócrates aconselhava ao conhecimento de si. A mudança de valores deve ser a partir de nós. Queremos amar, então não desistamos jamais, busquemos no íntimo esse amor”.