ILUMINAÇÃO PÚBLICA : Prefeito negocia dívida histórica
O prefeito Eduardo Leite e o procurador geral do Município Carlos Sica Diniz reuniram-se na manhã de sexta com a diretoria do Banrisul, em Porto Alegre, para dar início a negociações com vista a um acordo judicial para o acerto financeiro de uma dívida do Município junto à CEEE. Esse foi o primeiro encontro entre ambos sobre o tema.
As perspectivas para um final positivo da questão são otimistas pelas duas partes. “Há disposição tanto do Banco quanto da prefeitura para um acerto que defina de vez o montante do débito e as formas de pagamento”, disse Eduardo. “Se for homologado judicialmente no final do processo, esse acordo possibilitará uma forma viável de saldar essa conta e não deixarmos uma herança negativa para as próximas administrações.”
No encontro, ficou combinado que a prefeitura fará uma proposta oficial para a redução da dívida, dos R$ 34 milhões atuais para R$ 16 milhões. A conta foi contraída em governos anteriores e renegociada na administração Fetter.
ENTENDA MELHOR
No governo Marroni, houve uma ação de cobrança de contas atrasadas de iluminação pública por parte da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que foi negociada em R$ 34 milhões. Durante o governo Fetter, o valor foi renegociado para R$ 16 milhões, e as parcelas começaram a ser pagas em 2011.
Durante o Governo Eduardo Leite, as parcelas continuaram a ser pagas, e o valor da dívida já havia sido reduzido para R$ 9,8 milhões quando, nas negociações para o financiamento de aproximados R$ 100 milhões via PAC Pavimentação 2, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) questionou o acordo com o Banrisul, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal. A prefeitura, então, sem outra alternativa, cancelou a operação financeira, com a anuência do próprio banco.
Mesmo assim, o Banrisul continuou com a obrigação legal de ir à Justiça e promover uma ação de cobrança do valor integral da dívida, de R$ 34 milhões. Em busca de uma solução para o impasse, e fazê-la retornar ao valor anteriormente acertado, descontando o que já havia sido pago (em torno de R$ 9,8 milhões), a prefeitura recorreu à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, que apontou como possibilidade um acordo homologado judicialmente.
É sobre esse tema que as duas instituições debruçaram-se nesta sexta-feira. As principais preocupações do prefeito Eduardo Leite são fazer com que a dívida fique em valores possíveis de serem pagos sem prejudicar decisivamente as finanças municipais e não onerar as próximas administrações com contas inesperadas: “Poderíamos ignorar o tema, fazer vistas grossas e deixar que isso viesse à tona quando não mais estivéssemos no comando da prefeitura, mas essa não é a nossa forma de agir; por isso vamos levar o assunto até o final e encontrar uma solução justa.”