Herói da classificação, Martini revela : Analise do comportamento de Baiano na hora de bater pênalti foi decisiva
O principal destaque do Brasil na conquista da vaga na Série C do Campeonato Brasileiro, Eduardo Martini, disse ter observado um cacoete do meio-campista Baiano na hora de cobrar pênalti. Ele defendeu o chute do volante do Brasiliense e assegurou a vitória por 4 a 3, domingo, no Serejão, em Taguatinga. O resultado definiu o acesso do time rubro-negro, depois da derrota de 2 a 1 no tempo normal. No jogo de ida, o Xavante tinha vencido por 2 a 1 em Pelotas.
Martini revelou que estudou a forma do adversário bater pênalti. “Eu estudei, mas ele bate nos dois cantos. Observei o cacoete que ele faz para escolher canto em que vai bater, e deu certo”, afirmou o camisa 1 do Brasil. Antes, Eduardo Martini havia defendido a cobrança do zagueiro Fábio Braz. E, no tempo regulamentar, o goleiro brilhou com duas grandes defesas em conclusões de Luiz Carlos, o Imperador.
Como a moral de quem se tornou ídolo da torcida, Martini apela ao torcedor para que se associe ao clube. “Quem não é sócio, que se associe. O próximo ano está logo ali, é um piscar de olhos e o próximo ano vai chegar”, completou.
FUTURO – O Acesso para a Série D é visto como a possibilidade de crescimento do clube. O presidente Ricardo Fonseca revelou, depois do jogo de domingo, que há a possibilidade agora de o clube atrair investidores. As negociações serão intermediadas pelo presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, que sonha em ter um representante gaúcho na Série B do Brasileiro.
Acesso não repara injustiça
O presidente do Conselho Deliberativo do Brasil, Adriano de Leon Soares, procura desvincular o episódio do rebaixamento do clube em 2011, através uma decisão da Justiça Desportiva, do acesso conquistado dentro de campo neste domingo. “São situações distintas. É claro que a alegria é muito grande, ganhar a vaga dentro de campo, o que enche de orgulho a nossa torcida. Já o rebaixamento foi uma situação muito desgastante, com uma injustiça muito grande que cometeram contra o Brasil”, avalia.
O dirigente era responsável pelo Departamento Jurídico do clube em 2011 e fez parte da comissão de advogados que buscou, na Justiça Comum, a recuperação da vaga na Série C perdida no julgamento de recurso pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). “O Brasil foi absolvido no primeiro julgamento e, depois, no Pleno houve a pressão do Santo André, que é clube muito ligado às lideranças da Federação Paulista”, recorda. A punição do Xavante permitiu que o clube do ABC paulista permanecesse na Série C.
O Brasil segue buscando a reparação por perdas e danos pelo fato de ter sido “tirado” da Série C há três anos. “Está claro o erro no sistema (controle de punição de jogadores pela CBF) e também a boa-fé do clube naquele processo”, diz Adriano de Leon. O presidente do Conselho Deliberativo entende que o acesso à Série C dá ao clube a oportunidade de se devolver como instituição. “Isso é bom para o clube e para toda a cidade, para todos os segmentos que trabalham com o futebol, incluindo a imprensa esportiva”, completa.
Bate Pronto por Caldenei Gomes
Competente e heroico
O Brasil foi forte, competente e heroico para conseguir a vaga na Série C do Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro se preparou para alcançar o acesso. Depois de ter conquistado a vaga na Série D, com o título do Interior no Gauchão, o plano para subir de divisão na competição nacional começou com a permanência do grupo de jogadores e da comissão técnica. Uma medida arrojada e corajosa da diretoria, pois assumiu compromisso com os profissionais durante longos quatro meses de recesso entre abril e julho.
A preparação para a competição foi criteriosa. Começou no dia 6 de maio, enquanto a estreia na competição só ocorreu em 18 de julho. Mas desde a estreia, com a vitória de 1 a 0 diante Ituano até a façanha de Taguatinga, o Brasil foi construindo a sua condição de favorito à conquista de uma das quatro vagas na Série C.
O objetivo do segundo semestre está assegurado. O que vier a partir de agora é lucro. A conquista de um título nacional seria a forma de fechar brilhantemente uma temporada fantástica. Mas se não der, ninguém vai ficar triste. O que tinha de ser conquistado em 2014, está garantido.
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Sequência de conquistas
Desde maio de 2012, quando Rogério Zimmermann chegou ao Bento Freitas, o Brasil passou a acumular conquistas – uma atrás da outra. Depois de alguns meses para montar o grupo de acordo com sua convicção, o treinador começou a colher os resultados. Veja a sequência de conquistas:
- Vice-campeão da Copa Hélio Dourado, com direito à vaga na Copa do Brasil – dezembro de 2012
- Participação inédita na Copa do Brasil, enfrentando o Atlético/PR – abril de 2013
- Acesso à primeira divisão do Gauchão, com direito ao título da Divisão de Acesso – julho de 2013
- Melhor campanha no Campeonato Gaúcho, atrás apenas da Dupla Gre-Nal, conquistando o título do Interior – março de 2014
- Acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro – outubro de 2014
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Martini, o herói
Eduardo Martini recebeu a missão de substituir Luiz Müller, o goleiro menos vazado do Gauchão e ídolo da torcida rubro-negra. Um jogador que inspirava confiança. Então, era normal que fosse recebido com uma ponta de dúvida. Teve um momento difícil, quando a torcida protestou por causa dele ter demorado na devolução da bola – empate por zero a zero com o Maringá, no Bento Freitas. Um exagero de cobrança. Esse protesto se deu com torcedores gritando o nome de Luiz Müller.
O goleiro não se abalou e se transformou numa das principais figuras do acesso do Brasil. Levou apenas quatro gols em 11 jogos. Teve atuações destacadas e decisivas. No jogo mais importante, o de Brasília, Martini se tornou o herói. Fez duas defesas espetaculares no segundo tempo e defendeu ainda dois pênaltis. Foi tão decisivo e tão brilhante quanto seu antecessor em conquistas anteriores.
Rogério Zimmermann (foto) está definitivamente marcado na história do Brasil. É o treinador mais importante que passou pelo clube ao longo de 103 anos. Não é exagero e nem injustiça com outros grandes profissionais que treinaram o time rubro-negro. Mas ninguém teve tantas conquistas seguidas e expressivas, e além dos limites do município.