Derrame de vale-transporte falso inunda os coletivos
Vales falsos “invadem” as paradas
Empresas denunciam falsificação e orientam usuários para que evitem a compra de passagens na rua e possíveis transtornos e constrangimentos.
A cultura do “levar vantagem” em tudo ocupa uma via por vezes nebulosa, capaz de expor de forma negativa os que a cultuam. É o que poderá acontecer com os compradores de vales-transporte nos pontos de ônibus caso sejam flagrados com vales falsos que, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Pelotas (SETRP) estão circulando em grande número na cidade, nas linhas do transporte urbano.
A descoberta da comercialização de vales falsos ocorreu há cerca de uma semana, quando alguns cobradores perceberam a diferença entre alguns vales utilizados por usuários de diversas linhas. “Há uma diferença no papel e configuração”, diz Gilberto Borchardt, tesoureiro da Empresa Conquistadora, uma das empresas lesadas. Ele confirma que num horário de pico ou à noite é maior a dificuldade de o cobrador identificar a fraude. Algumas falsificações, no entanto, são do tipo grotesca, escaneadas, em papel com textura bem diferente do verdadeiro.
Num primeiro levantamento, a Empresa Turf contabiliza um prejuízo de aproximadamente 200 vales por dia. Nenhuma das empresas de transporte urbano sabe precisar o tamanho do prejuízo. Mas já estão adotando medidas com vistas a coibir a ação ilegal. O derrame de vales falsos já foi denunciado às autoridades policias e está sendo monitorado para que seja descoberta a sua origem.
Até ontem, as empresas optavam pela orientação aos usuários sobre o crime. O vale era aceito e o usuário informado da situação irregular. A partir de hoje a postura será diferente. O objetivo, agora, é chegar aos falsificadores. “As pessoas que compram os vales falsos também estão incorrendo no crime, por isso é necessário que a aquisição seja no local próprio e não de vendedores na rua”, diz Jardel Silva, fiscal de transportes da Empresa Turf.
A gerente administrativa do SETRP, Alice Peter, reforça o pedido para que as pessoas evitem comprar vales de vendedores ambulantes, nas ruas, para evitar, também, possíveis transtornos e constrangimentos ao tentar utilizá-los para pagamento da passagem, nos ônibus. “A gente pede e orienta às pessoas para não comprarem na rua, que comprem apenas no Sindicato”, confirma, informando que o Sindicato comercializa mensalmente cerca de 900 mil vales de papel, os quais são aceitos nas oito empresas que compõem o consórcio do transporte urbano de Pelotas.
MAIS INFORMAÇÕES podem ser obtidas na avenida Bento Gonçalves, 3.372, ou pelo telefone (53) 3222-5577.