Escola Garibaldi entre as melhores do RS
Imagine uma escola na zona rural, mas a poucos quilômetros do asfalto. A maioria dos professores é da própria comunidade. Os estudantes, em sua maioria, moram bastante longe, até 16 quilômetros de distância e dependem do transporte escolar, mas quando chegam à escola encontram uma atmosfera completamente acolhedora. Ali a opinião e a participação de cada um é valorizada e incentivada.
Junte à estrutura conquistada com o apoio de diversos parceiros – como o Ministério da Educação, Sesi/Fiergs, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – a estética do prédio que, por ser bem cuidado, parece novo, apesar de ter sido construído na década de 1970. Os estudantes parecem se sentir em casa. Os pais são parceiros em qualquer melhoria que precise ser feita na escola, e em qualquer ação que resulte em mais qualidade de vida e educação para os filhos. Um lugar onde as crianças têm contato direto com a natureza e com a tecnologia, e o estímulo à leitura é uma das principais preocupações da equipe. Essa é a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Garibaldi.
Por essas e outras razões, a Escola Garibaldi participa, nesta quinta-feira, da última fase do Prêmio Planejamento, da consultoria da educação de qualidade, promovido pela parceria Sesi/Fiergs. Entre as três finalistas, de 51 inscritas, já garantiu um prêmio de R$ 7,5 mil, podendo chegar a R$ 15 mil, oferecido ao primeiro lugar. Os recursos serão revertidos para projetos da própria escola, que fica na Colônia Maciel (8º distrito de Pelotas) e tem cerca de 200 alunos – de 1ª a 8ª séries do ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) –, 27 professores e dez funcionários.
A diretora, Lucia Cristina Müller dos Santos, conta que o projeto começou com a participação da direção da escola no curso educação de qualidade Sesi/Fiergs, em 2013. A partir dali seguiram as orientações recebidas, fizeram diagnóstico da situação e dos 76 problemas elencados, elegeram nove, principalmente questões pedagógicas – posteriormente ampliados para 12 –, para trabalhar no primeiro momento, como problemas de aprendizagem; reprovações, especialmente em língua portuguesa e matemática; e distorções idade/série.
Foram feitas reuniões com professores, funcionários, pais e alunos. Tudo foi discutido com a comunidade – 173 famílias – e as ações eram permanentemente avaliadas. O nível de aprendizagem foi diretamente afetado, elevando de 84% para 92% o índice de aprovação.
Lucia diz que foram levadas inovações para dentro da escola, com aulas mais atrativas e interdisciplinares, com o uso, uma vez por semana, do laboratório de informática e de ciências por todas as turmas, e o incessante incentivo à leitura. Todas as salas possuem televisão e telas de projeção, além de dois data-shows, que circulam por elas, e uma lousa digital. A segurança no transporte escolar e dicas de nutrição também foram pautas com pais e alunos.
Por ser uma escola rural, a questão ambiental não poderia ser esquecida. Assim que chegam à escola pela primeira vez, cada um dos estudantes planta uma árvore e se torna responsável por ela. As crianças e adolescentes trabalham na produção de mudas, manutenção do minhocário e plantas fitoterápicas. Existe também dois projetos de horta. Em um deles – “Mais Educação” – os alunos levam sua produção para casa, com o objetivo de criar hábitos alimentares mais saudáveis. No “Horta Escolar”, os “produtores” são responsáveis por vender sua colheita. A biblioteca e o laboratório de informática também são motivo de orgulho para a equipe.
A escola se destaca também na participação em eventos esportivos e tem acumulado troféus. Em 2014 conquistou ainda medalhas de ouro e prata na Olimpíada de Astronomia, um evento nacional.
Além de relatórios, as escolas finalistas foram avaliadas pessoalmente pela comissão do concurso. A cerimônia de anúncio das vencedoras será na sede da Fiergs, em Porto Alegre, às 13h30. A vice-prefeita Paula Mascarenhas acompanhará a comunidade escolar no evento.