Diário da Manhã

CLIMA tenso no Pop Center. Vereadores estiveram no local

Comerciantes do Pop Center denunciaram à Câmara Municipal, na manhã de ontem, que o Consórcio Verdi/Cádiz, que faz a gestão do empreendimento, está cumprindo com a ameaça feita no início deste ano: a construção de 40 lojas no local onde deveria funcionar um restaurante, como consta do contrato original assinado com a Prefeitura de Pelotas. Um grupo de vereadores se dirigiu ao shopping popular e constatou que as obras estão em fase adiantada.

Não é só isso. A administradora Adriana Nunes, que representa o consórcio, afirmou que não há garantias de que os camelôs que ficaram na suplência da lista oficial, para receberem novas lojas, serão beneficiados com as 40 que estão sendo construídas. Ela também confirmou que a área das novas lojas estava reservada para um restaurante, conforme o contrato. Os novos espaços terão tamanhos variáveis, mas não menores a 2m x 3m, enquanto as demais lojas do Pop Center chegam a medir somente 1,60m x 1,70m.

Para explicar esta e outras denúncias levantadas pelos lojistas, a Câmara convidou a secretária de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, Josiane Almeida, para comparecer às 10h desta sexta-feira, no plenário e explicar por que o contrato não está sendo cumprido. Antonio Correa, um dos representantes dos permissionários e suplente de vereador denunciou também a cobrança de R$ 1,00 do público pela utilização dos banheiros, quando são os lojistas que pagam pelo segurança que fica na porta e todo material de higiene, “e nem papel higiênico tem no banheiro”.

O vereador José Sizenando (PPS) também quer saber por que a Secretaria de Gestão ainda não entregou as cópias dos contratos dos permissionários. Segundo a administradora, “a empresa assinou todos os contratos e entregou na Secretaria, mas lá é tudo muito demorado”.

Da tribuna, o vereador Ivan Duarte (PT) afirmou que está havendo quebra de contrato por parte do Consórcio Verdi/Cádiz e “negociação fora da lista oficial de espera. O parlamentar lembrou que o contrato “de rendimentos de garantia de concessão” garante à empresa R$ 98 milhões e que, em contrapartida, a construção do restaurante, a casa lotérica e a restauração da Praça Cipriano de Almeida são obrigações contratuais. “Mas eles (os empresários) não estão fazendo nada. A Praça nem ao menos é varrida, e tudo com a anuência da Prefeitura que pode impedir com o cumprimento do contrato”.

INTIMIDAÇÕES – De acordo com relato dos comerciantes, a empresa também contratou policiais militares para prestar serviço de segurança no Pop Center. Antonio Correa afirma que eles circulam armados, intimidando os lojistas para que não denunciem as irregularidades. A administradora confirmou a contratação de “segurança avulsa”, e não de uma empresa de segurança profissional.