Diário da Manhã

Pela primeira vez, o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) terá um de seus gestores na cúpula do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). O reitor do IFSul, Marcelo Bender, foi eleito vice-presidente do Conselho durante a 48ª Reunião Ordinária do órgão, ocorrida em Brasília, no dia 9. A eleição, com chapa única, também definiu o  reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e atual vice-presidente do Conif, Belchior de Oliveira Rocha, como presidente.

Reitor Marcelo Bender (segundo da esq. para a dir.) integra nova diretoria do Conif Рfoto Assessoria de Comunica̤̣o Conif

Com a eleição, Marcelo Bender passa a deliberar sobre as principais pautas que envolvem os institutos federais de todo o Brasil. O reitor destaca que o cargo, inédito para um gestor do IFSul, projeta o instituto a uma posição de visibilidade nacional. “Esse é o grande mote de assumir um posto no conselho. É uma visibilidade para o nosso instituto, que, quando foi chamado ao trabalho, sempre esteve pronto com toda sua estrutura e grandeza de ação no território do Rio Grande do Sul”, ressalta. O conhecimento mais amplo da sistematização das secretarias vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) é outro ponto enfatizado por Bender  como positivo. Segundo ele, apesar da disponibilidade de tempo requerida pelo cargo, o acesso aos grupos de trabalho e à própria Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) compensa.

Com o trânsito facilitado, Bender pretende buscar formas de equalizar as necessidades de todos os câmpus dos institutos federais dentro da nova estrutura de crescimento proposta pela expansão da Rede, consolidando os câmpus já existentes.

Na agenda, alguns assuntos já foram definidos como prioritários pelo reitor ao assumir a gestão no conselho: a criação do cargo de vice-reitor e a ampliação do número de pró-reitorias, atualmentelimitado a cinco por instituto. Também integra a agenda a ser proposta por Bender a reivindicação de Técnico-administrativos em Educação  Substitutos (TAE Substituto) para atender a necessidades temporárias das instituições e o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para os técnico-administrativos dos institutos.A criação do cargo de vice-reitor, uma das novidades do último  estatuto aprovado pelo IFSul durante a semana, é defendida por Bender como uma forma de dar tratamento mais direto às demandas dos câmpus.  Com a expansão dos institutos federais, a figura do vice-reitor torna-se chave para o atendimento das diversas necessidades colocadas pela nova estrutura multicampi. “É imprescindível que tenhamos mais pessoas para representar o reitor, já que ele não tem como estar em  todos os espaços. Nossa atual estrutura exige pessoas adequadas para responder pela reitoria frente às necessidades dos câmpus”, avalia Bender, complementando que a aprovação do cargo em outros institutos é fundamental para a construção da visibilidade dele perante a Setec. Em relação à ampliação do número de pró-reitorias, o reitor salienta  que, a dada escala de trabalho e de demandas enfrentadas pelos institutos federais, é necessária a conversão de algumas diretorias sistêmicas ao status de pró-reitoria. De acordo com a legislação atual, os institutos possuem limitado a cinco o número de pró-reitorias. Bender compara a limitação legal imposta aos institutos com a inexistência dessa regra para as universidades e sugere que tal abertura deveria ser válida para ambas as instituições.

Outra pauta a ser proposta pelo reitor será o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para os técnico-administrativos dos institutos. Já em vigor no IFSul, o RSC é o processo pelo qual são reconhecidos os conhecimentos e habilidades do docente, que atualmente é o único a receber o RSC, a partir da experiência individual e profissional, bem como no exercício das atividades realizadas noâmbito acadêmico. O Fórum de Gestão de Pessoas do Conif, do qual Bender é representante, já encaminhou a minuta sobre o RSC para a Setec. No entanto, o reitor reconhece que ainda há desafios para avançar na implementação do tema: “é claro que o RSC para técnico-administrativos é um pouco mais complexo do que para os docentes, pois envolve também os técnicos das universidades. Então, o assunto não ficará restrito à Setec, abrangendo a Sesu (Secretaria de  Educação Superior) diretamente”, avalia Bender. Segundo ele, os desdobramentos da proposição seriam construir com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) a possibilidade orçamentária e discutir com a Sesu a viabilidade de expandir o RSC para todos os técnico-administrativos da carreira do Ministério da Educação.

A ELEIÇÃO

Também compõem a nova diretoria do Conif o reitor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Jerônimo Rodrigues da Silva, como diretor administrativo. O reitor do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT), José Bispo Barbosa, membro da atual gestão do Conif, continuará à frente da diretoria financeira em 2015. A diretoria tomará posse na  primeira quinzena de fevereiro, abrindo a primeira reunião plenária do conselho em 2015.O Conif congrega todas as Instituições Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil. É uma instância de discussão, proposição e promoção de políticas de desenvolvimento da formação profissional e tecnológica, pesquisa e inovação.