Diário da Manhã

sexta, 22 de novembro de 2024

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SIMERS : “Médicos estão pagando para atender segurados do IPE”

20 janeiro
10:24 2015

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) condenou o atraso no pagamento dos honorários médicos pelo IPERGS e afirmou, ontem, que os médicos estão pagando para atender os cerca de 1 milhão de segurados do plano administrado pelo governo. A entidade advertiu que a situação pode levar à paralisação de atendimentos.

O SIMERS denunciou publicamente a suspensão dos repasses para quitar os valores de consultas e procedimentos já realizados e autorizados pelo Plano IPE-Saúde. A medida, que seria efeito do decreto de contenção de gastos baixado pelo governador José Ivo Sartori, foi comunicada na sexta-feira passada pelo site do Instituto. A notícia gerou forte reação de médicos credenciados em todo o Estado.

“Não interessa de quem é a responsabilidade pelos atrasos, do atual ou do governo anterior. Faço um apelo público ao Governo Sartori para que providencie imediatamente os pagamentos e reajustes para que se possa continuar a fazer os atendimentos”, pontuou o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, citando que a suspensão gera mais dificuldades aos profissionais.

PAULO de Argollo Mendes

PAULO de Argollo Mendes

“Hoje eles pagam para atender”, afirmou Argollo, relacionando à grande defasagem de valores da tabela do IPE-Saúde frente à referência que norteia a atuação da categoria médica em todo o País e que está na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). “Se forem fazer a conta, os médicos pagam para trabalhar. Se atendo em posto de saúde, recebo salário, e as despesas do SUS. Quando atendo pelo IPE-Saúde, o valor tem de cobrir minhas despesas de consultório (salário da secretária, aluguel, água, luz, telefone e etc) e hoje não cobre!”, garantiu o dirigente.

“A situação passou dos limites. Agora chega, os médicos estão revoltados!”, reagiu o dirigente. O presidente do Sindicato lembra que a gestão do Governo Tarso Genro (PT) no IPE-Saúde foi marcada por sucessivas promessas de aumentar o valor da consulta, hoje em R$ 47,00 e a mais baixa entre os planos com maior cobertura no Estado, e adotar a CBHPM. “Os médicos estão cansados de ser ludibriados, de receber promessa atrás de promessa”, alertou Argollo, que cobrou a imediata substituição da direção do Instituto, que ainda é ligada a Tarso.

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