HOSPITAL ESPÍRITA : Corte de 30% afeta atendimento
O corte de 30% nos repasses de recursos aos hospitais, promovido pelo governo do Estado afetará o atendimento de pacientes do Hospital Espírita de Pelotas, única instituição a atender pessoas com problemas mentais e dependência química.
Na tentativa de reverter a situação, o presidente do hospital, Carlos Jardim, veio buscar ajuda do Legislativo e foi recebido pelo vereador Rafael Amaral (PP), a quem pediu apoio para sensibilizar as autoridades.
Segundo Jardim, se o projeto for aprovado, será inviável permanecer com o hospital aberto, tendo em vista que o valor recebido do Estado é que mantém os custos. “Com esse valor, que chega a R$81 mil por mês, não conseguimos fazer melhorias, apenas pagamos os gastos”, explica Jardim. Os investimentos são realizados por meio de ajudas da comunidade e instituições parceiras. No ano passado, por exemplo, foram executadas reformas graças a essa ajuda.
O hospital conta com 200 leitos e atende pessoas com problemas de saúde mental e também envolvidas com a drogadição. Destes, 60 são destinados aos que portam deficiência mental, 60 para a ala feminina, 60 para a masculina e 30 para pacientes particulares ou de convênio. O diretor explica que os 30 leitos pagos são os que ajudam a manter a estrutura do local. Atualmente, todos os leitos estão ocupados, a um repasse mensal de R$49,70. “No total teríamos um corte de R$24 mil/mês, o que seria inviável. Esperamos reverter essa situação”, lamenta o presidente da instituição.
Rafael Amaral se propôs a apresentar o problema em plenário para ampliar esta luta e buscar reuniões com o governo do Estado com o intuito de apresentar a realidade dos hospitais da região Sul, principalmente do Hospital Espírita de Pelotas.
“Vamos tentar reverter essa situação e buscar o apoio do governo do Estado em reuniões com o secretário de saúde”, salienta o vereador. “Há cinco anos não há aumento nos repasses para os hospitais e há 19 anos a tabela SUS também não teve alterações. Estes são alguns dos problemas enfrentados pelas instituições. Ele explica que vem trabalhando em prol destes estabelecimentos de saúde que carecem de muitos recursos, e que a situação se agravou com o corte no orçamento do Estado.
O presidente do hospital também convidou o vereador para fazer parte da comissão que irá a Porto Alegre nesta quarta-feira, 04/03, para uma audiência pública na Assembleia Legislativa, onde a crise financeira das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos será discutida.