CASO XICO : Julgamento de PM lota o salão do Foro
Com o salão do Tribunal do Júri completamente lotado e seguidas discussões entre defesa e acusação, começou ontem o julgamento de um crime que chocou a cidade. Na madrugada de 18 de abril de 2013, o representante comercial Rodrigo da Silva Xavier, de 24 anos, foi morto por engano.
No banco dos réus sentou o policial militar Diego Weiduschadt, de 31 anos, que dirigia o carro onde estava o também policial militar, Marcos Canez Lacerda, de 26 anos, acusado de ser o autor do disparo que provocou a morte da vítima. Por causa de um recurso impetrado pela defesa, o segundo réu será julgado em outra data.
Na presidência da sessão o juiz Paulo Ivan Medeiros. Na acusação atuou promotor José Olavo Passos, que contou com a participação de um assistente. Defendem o réu os advogados Conrado Ernani Bento Neto e Ana Andréia Louzada Corrêa, com apoio de Fabrício Matielo.
Familiares e amigos de “Xico” usando camisetas com a foto da vítima fizeram uma manifestação silenciosa por paz e justiça antes de começar o julgamento. A sessão agendada para as 9h30min iniciou com poucos minutos de atraso. Pela manhã foram ouvidas as testemunhas de acusação e à tarde as da defesa, totalizando sete pessoas arroladas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público na madrugada de 18 de abril de 2013, os policiais militares Diego e Marcos, lotados em Amaral Ferrador, o primeiro deles de folga e o segundo em férias, se envolveram em uma briga na esquina das ruas General Telles e Félix da Cunha, logo depois de terem saído de uma boate. Na sequência os dois embarcaram em um carro dirigido por Diego e instantes depois voltaram ao local. Marcos teria descido do veículo armado com uma pistola ponto 40, de uso restrito, pertencente ao Estado e atirou contra o representante comercial, que não estava envolvido na briga. Ele foi socorrido e submetido a uma intervenção cirúrgica, mas acabou entrando em óbito. Marcos também teria efetuado disparos contra outro jovem, que, no entanto, não foi alvejado.
Uma das testemunhas, um capitão da Brigada Militar, disse que na ocasião do fato, a atitude tomada pelo policial militar Diego, não é a recomendada pela Corporação. Ele no mínimo deveria ter chamado a Brigada Militar, ou ter dado voz de prisão ao colega, ao invés de ajudá-lo a fugir do local. O oficial disse também que tiro para cima, dado como advertência, não é permitido.