Produção industrial gaúcha recua em fevereiro
Levantamento da FIERGS também aponta queda no emprego
Porto Alegre, 26 de março de 2016 – O cenário descrito pelos industriais gaúchos em fevereiro não mostrou qualquer sinal de reversão no quadro de desaquecimento do setor fabril. Na comparação com janeiro, o índice de produção recuou 3,0 pontos, totalizando 40,6. Conforme o levantamento da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), o emprego (46,6 pontos) completou um ciclo de dez meses em queda e a ociosidade da Utilização da Capacidade Instalada (33,7 pontos) é a maior já apurada nesse período. “A indústria começa o ano com a atividade em baixa e perspectivas cada vez mais desalentadoras. Diante disso, as expectativas dos empresários continuam se deteriorando, indicando que esse quadro tende a se manter, o que deprime os investimentos e o mercado de trabalho”, avaliou o presidente da entidade, Heitor José Müller.
Em fevereiro, mesmo sendo um mês de sazonalidade positiva, a fragilidade do setor também ficou demonstrada pelos estoques de produtos finais excessivamente acima do planejado. Esse indicador subiu 5,9 pontos e somou 56,9.
Com exceção das exportações, as expectativas para os próximos seis meses continuaram negativas e mais disseminadas entre os empresários. Nesse sentido, a demanda interna (47,3 pontos) deverá continuar caindo e impactando negativamente o emprego (44,1 pontos) e as compras de matérias-primas (45,3 pontos). Já o indicador sobre as vendas externas voltou a crescer (53,1), influenciado pela alta do dólar.
Desenvolvida mensalmente pela FIERGS, a Sondagem Industrial RS varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e abaixo indica pessimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos.
SONDAGEM INDUSTRIAL
Indicador | JAN/15 | FEV/15 | Média histórica | O que representa |
Produção | 43,6 | 40,6 | 49,7 | Queda da produção |
Número de empregados | 46,4 | 46,6 | 48,9 | Queda no emprego |
UCI efetiva-usual | 36,4 | 33,7 | 45,8 | UCI se afasta ainda mais do usual |
Evolução dos estoques | 51,6 | 53,0 | 51,9 | Estoques aumentam |
Estoque efetivo-planejado | 51,0 | 56,9 | 53,2 | Estoques se afastam do planejado |
Fonte: Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS