Carteira de motorista é difícil, cara e demorada
Além do preço exorbitante da habilitação no RS, os futuros condutores pelotenses têm que enfrentar a falta de sinalização das ruas da zona do Porto.
O cenário não é dos mais acalentadores. Ali está o fiscal, o aluno, sempre muito nervoso, e vários espectadores. Os pretendentes, ainda por cima, terão de se empenhar em descobrir quais daquelas ruas sem placas de sinalização são preferenciais, quais não são e usar o pisca alerta em cada vez que desvia de um dos muitos buracos. Cada vez, as reprovações são mais comuns, tornando-se quase uma regra.
Há anos que as provas são realizadas na zona do Porto e há anos que a região deixou de ser pacata e sem movimento. Hoje, com campi das universidades, escolas, bares, restaurante, carros, pedestres, buracos e pouquíssimas placas, muitos vislumbram lugares melhores para a aplicação das provas. Duas alternativas frequentemente levantadas são o Colina do Sol (com os declives necessários para os testes) e o COHAB Fragata (onde por um certo tempo eram realizadas).
Atualmente, o pretendente a uma carteira nacional de habilitação (CNH) precisa passar por 45 horas de aulas teóricas, 5 horas de simulador (uma espécie de “vídeo game” desenvolvido nos EUA e com regras de trânsito que nada tem a ver com as nossas, gerando bastante confusão) e 20 horas de aulas práticas (que com sorte servirão para o aluno decorar as ruas sem placas de “PARE”). R$ 299,25 pelas aulas teóricas, R$ 250,50 pelo vídeo game e R$ 900,25 pelas aulas práticas. Um total de R$ 1.715,19 para o “bem remunerado” trabalhador brasileiro. Caro, difícil, complicado, demorado e, em Pelotas, cheio de armadilhas. Assim é o processo para tirar a carteira de motorista.
Por Marcelo Medeiros Rota