FESTA DE ALUNOS DA ENGENHARIA VIRA CASO DE POLÍCIA
Uma festa de alunos da Engenharia Civil da UFPel, realizada na sexta-feira (22) no DC Eventos está virando caso de polícia. A divulgação de dois acontecimentos, possivelmente criminosos, será investigada.
O primeiro deles trata-se da divulgação de um vídeo onde uma jovem é filmada dançando sobre uma mesa sem calcinha. As imagens circulam pelas redes sociais. O outro caso seria um possível estupro coletivo de uma jovem, ainda não identificada.
A reportagem do DIÁRIO DA MANHÃ ouviu a Assessoria de Comunicação da UFPel, que informou que a Reitoria já tomou conhecimento dos dois fatos.
No caso da menina filmada, a UFPel já foi procurada pela mãe da estudante. A Pró Reitoria de Assuntos Estudantis ofereceu apoio psicológico, mas a família optou por não receber esse auxílio da UFPel.
Já quanto à outra menina, que teria sido violentada fora do local onde a festa se realizou, a UFPel disse que ainda não conseguiu identificar a vítima, nem os possíveis autores, mas segue aberta para prestar o apoio necessário. O caso está sob os cuidados do núcleo “Observatório de Gênero”. A UFPel salienta que a festa não era uma promoção da universidade, mas que por se tratar de alunos seus, irá acompanhar as investigações.
Nas próximas horas, a Polícia Civil deve também entrar no caso para dar início às investigações oficialmente. O vereador Ricardo Santos tomou conhecimento dos casos e promete ajuda do Legislativo nos esclarecimentos.
ORGANIZADORES DO EVENTO FALAM AO DIÁRIO DA MANHÃ
A comissão de alunos da Engenharia Civil da UFPel, que organizou a festa da última sexta-feira (22), no DC Eventos, dá a sua versão sobre alguns dos acontecimentos do evento.
Sobre o vídeo da menina, a Comissão diz que “ele foi gravado por pessoas que nem ao menos são do nosso curso. Ela não dançou em cima de uma mesa, longe disso. Ela foi ao palco junto com outras meninas, chamada pelo DJ da Poseidon, e foi filmada por pessoas ainda desconhecidas. A menina – juntamente conosco – está recolhendo informações para descobrir quem são”.
Os organizadores da festa da Engenharia Civil também prestaram auxílio à jovem. “Nós prestamos todo o apoio a ela, até porque é uma amiga pessoal de várias pessoas da comissão organizadora. Ela já está próxima de descobrir alguns envolvidos, que serão denunciados na polícia, se esse for o desejo dela, e provavelmente será”, diz um dos alunos.
Segue a manifestação dos organizadores: “Sabemos que não possuímos culpa legal, mas a culpa moral que está sendo atribuída a nós também é muito pesada e injusta. Portanto queremos ajudar a esclarecer os fatos, bem como já estamos ajudando diretamente a vítima do vídeo”.
Sobre o episódio do possível estupro coletivo, a Comissão que organizou a festa diz que trata-se apenas de um boato, que diversas meninas foram levadas em coma alcoólico ao Pronto Socorro de Pelotas e que uma delas estava descordada, sem roupa íntima e, por isso, o médico de plantão comentou que iria investigar a hipótese do estupro.
“Soubemos de várias meninas em coma alcoólico, e inúmeras chegavam ao hospital com as roupas sujas e quase saindo do corpo, devido a dificuldade para move-las pelos seguranças, da festa até a ambulância”. Não houve nenhuma denúncia até agora na Polícia Civil sobre estupro na festa da Engenharia.
Os organizadores relatam ainda que uma das participantes fraturou a perna durante a festa.