BR-116 : Coleta de sementes visa a manutenção da biodiversidade
Como forma de compensar os impactos causados pela supressão vegetal nas obras de duplicação da BR-116/RS, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da Gestão Ambiental (STE S.A.), resgata os recursos genéticos de espécies vegetais nativas que se encontram na faixa de domínio da rodovia.
A prática prevista no Projeto de Resgate de Germoplasma ocorre através da coleta de sementes e posterior doação a viveiros municipais e outras instituições conveniadas. O objetivo é contribuir com a manutenção da biodiversidade e a regeneração parcial do habitat e da vegetação.
Os trabalhos começaram em junho de 2015 e até o momento foi doado 1,55 kg de sementes aos viveiros, os quais são responsáveis por receber, multiplicar e manter o material coletado em campo. As principais espécies alvo da atividade são: ingá (Inga marginata), pitangueira (Eugenia uniflora), araçá (Psidium cattleianum), canelas (Ocotea spp. e Nectandra spp.), figueira (Ficus spp.), corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli), ipê-roxo (Handroanthus heptaphyllus), timbaúva (Enterolobium contortisiliquum), canafístula (Peltophorum dubium ), aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) e capororoca (Myrsine spp.). A engenheira florestal da Gestão Ambiental, Aline Ceolin, cita quais elementos determinam esta seleção. “Alguns fatores são levados em conta, como o interesse dos viveiros, bem como a abundância, relevância ecológica e grau de ameaça. Também são coletadas espécies imunes ao corte no Estado, caso da figueira e da corticeira-do-banhado”.
A escolha das matrizes é baseada no fenótipo (características) da planta, sendo selecionadas árvores vigorosas, sem fitopatologias (doenças) e boas produtoras de sementes. Com o auxílio de podão (instrumento para podar árvores), as amostras são apanhadas quando maduras, separadas em embalagens e levadas ao destinatário. As matrizes são georreferenciadas e marcadas com fita zebrada. Conforme Aline, o processo de maturação das sementes deve estar concluído devido ao alto grau de germinação e potencial de armazenamento. “Neste estágio as sementes estão com sua formação completa, as mudanças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas se encontram com seu ciclo completo. A época da colheita varia em função da espécie, do ano e de árvore para árvore. Por isso, há necessidade de acompanhar o estágio de maturação para estabelecer o momento da colheita”, explica. O resgate de germoplasma é uma atividade prevista no Programa de Monitoramento e Conservação da Flora da BR-116/RS.