ABUSO DE AUTORIDADE : Vereador Vitor Paladini denuncia PMs
Parlamentar gravou ocorrência em celular.
O vereador Vitor Paladini (PSB) denunciou, da tribuna, na manhã de ontem uma operação da Brigada Militar, ocorrida na noite do último domingo, no bairro Fragata, à qual compareceu depois de receber um pedido de ajuda de sua empregada doméstica, que reside no local. Segundo o vereador, que se identificou como advogado, ele e sua esposa, também advogada, foram impedidos de acompanhar a operação policial, além de terem sido agredidos verbal e fisicamente, conduzidos à Delegacia e ao Pronto-Socorro para exame de corpo de delito, que se recusaram a fazer.
“Fui vítima de abuso de autoridade”, afirmou o vereador, que, ao tentar mostrar a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil, recebeu um soco. “Fui agredido junto com minha esposa, e disseram que estávamos tumultuando a operação”.
Na próxima quinta-feira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Pelotas, Luiz Antônio Jesus de Carvalho, reúne-se com advogados criminalistas do município, para debater “as prerrogativas do advogado no exercício da atividade”. O presidente da OAB disse que já tem duas denúncias registradas de abuso de autoridade, mas que “extraoficialmente, a situação é bem complicada”.
REPRESENTAÇÃO – Vitor Paladini, que vai representar contra os policiais que o agrediram, disse que “esses homens envergonham uma Corporação centenária”. Ele também pediu à população que procure a Câmara de Vereadores e denuncie casos de abuso de policiais. “O meu caso está sendo noticiado porque sou representante da população, mas sabemos que isso acontece nas vilas e bairros e as pessoas não têm coragem de denunciar, porque conhecem a truculência de alguns policiais que mancham a reputação da Brigada Militar”.
O parlamentar confirmou que outros advogados, em Pelotas, já sofreram agressões, inclusive físicas, por parte de policiais militares. “Nosso caso está abrindo as portas para que outros venham a público relatar o que já passaram”, afirma.
Em entrevista coletiva, durante a tarde, o vereador contou que sua funcionária reside em um terreno onde existem mais duas casas e a sua é a última. “Ela mora com três filhas e fui até lá para atendê-la. A Kelly passou pela humilhação de ser revistada por um agente homem, quando a lei manda que seja uma mulher, e nada foi encontrado com ela, tanto que nem foi levada à Delegacia”, afirmou Paladini.
Ele vai encaminhar o caso à Corregedoria da Brigada Militar no Estado, à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e à Ordem dos Advogados do Brasil. Além das agressões que sofreu o vereador também quer que seja investigado o fato de sua funcionária ter sido revistada por um agente homem, por ter sido impedido de acompanhar a operação no exercício de sua função como advogado e como parlamentar.
O subcomandante da Brigada Militar, major Rogério Vasconcellos, disse, ao final da reunião com o vereador Vítor Paladini, o presidente da Câmara, Ademar Ornel, e o vereador Marcos Ferreira, que será aberto procedimento interno para “saber se houve ou não irregularidades”.
Quando indagado se conhecia o teor das filmagens da ocorrência, o subcomandante disse que não. O major também confirmou que a Brigada Militar recebe muitas denúncias de abuso contra policiais e que para cada uma são abertos inquéritos de transgressão disciplinar. Ele não soube precisar o total de denúncias, nem quantas acabam em punição aos policiais. (Assessoria)
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