SAÚDE : Câmara cobra resposta da Prefeitura
Faltou espaço no plenário da Câmara para tantos servidores da área da Saúde municipal que foram em busca do apoio dos parlamentares contra as novas medidas adotadas pelo Executivo de ampliação da carga horária de trabalho.
Segundo os trabalhadores, a nova carga horária chegou de surpresa, sem nenhuma comunicação formal aos trabalhadores, sendo que alguns foram avisados por telefone, e-mail ou aviso verbal pelas chefias. Ao mesmo tempo, a Prefeitura não oferece condições de funcionamento aos postos de saúde, onde faltam desde gaze, papel higiênico, medicamentos, material para esterilizar aparelhos, equipamentos médicos e odontológicos e nem prédios seguros para receber as equipes e os pacientes.
O vereador Beto Z3 (PT) lembrou que, junto com o presidente da Câmara, Ademar Ornel (DEM), conheceu a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canoas. “Um médico de lá ganha R$ 22mil, um técnico de enfermagem ganha duas vezes mais do que em Pelotas”, afirmou. Segundo Beto, as UPAs em Pelotas “estão trancadas para só mostrar às vésperas das eleições”.
Marcus Cunha (PDT) disse que a situação da saúde demonstra a maneira como a atual administração “trata, em geral os serviços públicos. A população só vê a propaganda do governo. Mas como um governante pode apresentar uma propaganda caríssima de uma realidade que não existe? Essa é a hora de sentar com o prefeito e dizer que a Câmara colocou R$ 43 milhões no orçamento do município, R$ 10 milhões a mais por ano para a saúde, é só usar”.
Anselmo Duarte (PDT) lembrou que, em sua administração, equiparou os salários dos profissionais de curso superior aos salários dos procuradores do município, e pediu para que fosse verificado que a lei estava sendo cumprida. Os servidores também receberam o apoio dos vereadores Professor Adinho (PPS) e José Sizenando (PPS). “Quem trabalha com saúde tem que ter saúde”, afirmou Sizenando.
Ricardo Santos (PDT), que foi relator da CPI da Saúde, em 2013, lembrou que todas as denúncias apresentadas agora, foram também relatadas durante o processo investigativo. “Agora, são os próprios servidores que denunciam, quem tem que dar explicações é o governo”, afirmou.
Os vereadores Marcos Ferreira (PT), Antonio Peres (PSB) e Luiz Henrique Viana (PSDB) propuseram que se formassem duas comissões, de vereadores e representantes dos servidores, para se reunirem com o prefeito e buscar uma solução ao impasse.
ILUSÃO – Último a se manifestar, o presidente da Casa, Ademar Ornel, foi enfático. “Se os servidores estão aqui é porque o Executivo não ouviu, não os recebeu, não abriu o diálogo. Quem faz propaganda antecipada de uma cidade de ilusão é o governo, que cobra muito e paga muito pouco”.